Os volumes de chuva nestes primeiros dias de primavera estão variando bastante de acordo com a região. Algumas áreas receberam acumulados razoáveis, mas outras ainda não tiveram chuva suficiente para o início da instalação da soja.
Existem dois locais que merecem atenção pelo alto volume observado. A primeira é a área de café do sul de Minas Gerais, que recebeu cerca de 30 milímetros, e a segunda é o norte de Mato Grosso, região de Carlinda, que recebeu 35 milímetros, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
“Por conta da pandemia e a diminuição de verba, a quantidade de pluviômetros atualmente é menor e pode ter até chovido mais em áreas de Mato Grosso, Pará e Rondônia, com volumes de 50 milímetros”, diz o meteorologista da Somar Celso Oliveira, que vai participar da Abertura Nacional do Plantio da Soja Safra 2020/2021, nesta quinta-feira, 24, às 9h. O evento será transmitido pelo Canal Rural na TV, site e redes sociais.
Em muitas dessas áreas onde já choveu, é natural que o produtor comece a fazer o plantio em função do ligeiro aumento da umidade do solo. No entanto, o que se percebe nas projeções feitas para a próxima semana é que esse período úmido trazido pelo início da primavera está chegando ao fim.
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“No fim de semana, não há mais previsão de chuva no Centro-Oeste, Sudeste e até mesmo em parte do Norte, e as pancadas só vão retornar no fim da primeira semana de outubro”, alerta o meteorologista. Será uma janela de tempo seco razoavelmente prolongada, já que as chuvas vão ficar concentradas apenas no Sul do Brasil. “O recado é o seguinte: quem recebeu a chuva forte instale apenas onde há umidade, para o estabelecimento inicial da soja, porque avançar além do recomendável é pedir para ter replantio lá na frente, já que há uma expectativa de pelo menos 10 a 15 dias de tempo seco no Brasil central, com temperaturas mais elevadas”, diz.
As chuvas mais fortes previstas para esta quinta-feira, 24, e sexta, 25, vão ficar concentradas sobre a região amazônica. Já no sábado, 26, volta a chover na forma de tempestades sobre o Rio Grande do Sul, inclusive, com a ocorrência de granizo e rajadas de vento. “Se por um lado esta chuva acaba aumentando a umidade do solo em Santa Catarina e algumas áreas do Paraná, por outro, paralisa as atividades de campo, principalmente no Rio Grande do Sul”, conta.