O Ministério da Agricultura deve divulgar nos próximos meses quais serão as taxas do próximo plano, mas já sinalizou aumento, com juros que podem chegar a 8%. Lenza afirma que o recurso do banco vem do Plano Safra em vigor e que já está disponível nas agências, mesmo para quem não é cliente da Caixa. O produtor rural pode obter recursos até 270 dias antes do início do plantio, antecipando a aquisição de insumos.
A linha está disponível para as principais culturas, incluindo soja, milho, arroz, trigo, feijão, sorgo, em diversas regiões brasileiras. Para a safra 2014/2015, que se encerra em junho de 2015, a instituição deve superar o volume de R$ 6 bilhões em contratações nas linhas de crédito destinadas a custeio, investimento e comercialização para produtores rurais, agroindústrias e cooperativas.
R$ 9 bilhões para pré-custeio
A ministra da Agricultura Kátia Abreu anunciou nesta terça, 14, a liberação de R$ 9 bilhões para o pré-custeio, em que o produtor vai poder garantir a compra de insumos como fertilizantes e defensivos agrícolas antes do início da safra.
– Estão faltando apenas detalhes para anunciar as linhas de crédito para o pré-custeio. Os recursos já estão disponíveis. Vão sair R$ 7 bilhões do Banco do Brasil e R$ 2 bilhões da Caixa. Os R$ 7 bilhões no Banco do Brasil são para a agricultura geral (pequenos, médios e grandes produtores) e os R$ 2 bilhões da Caixa, com juro menor, para o Pronamp (programa para médios agricultores) – declarou a ministra.
Porém, a assessoria do Banco do Brasil declara que o banco está lançando uma linha de crédito alternativa para os produtores rurais no valor de R$ 7 bilhões. Ainda afirma que o valor que o governo havia previsto de recursos para o Plano Safra atual já se esgotou e por isso foi criado este financiamento alternativo com recursos próprios do Banco do Brasil. Como este recurso não faz parte do Plano Safra, a taxa de juros fixada ficou em 9,5% ao ano, em que o produtor tem até julho para recorrer ao financiamento.
Já a Caixa Econômica Federal (CEF), vai dispor os R$ 2 bilhões com taxa de juros de 5,5% a 6,5%, os mesmos valores estabelecidos no Plano Safra que vigora até 30 de junho. A linha de crédito é a Custeio Antecipado para o segundo semestre de 2015.
Mas há quem questione a postura do Banco do Brasil em fixar os juros a 9,5%.
– Ainda restam cerca de 32% dos recursos do Plano Safra 2014/2015, o que está em vigor. Ou seja, o Banco do Brasil deve manter as taxas entre 5,5% e 6,5%, pois se referem ao atual Plano Safra e há regras no Manual de Credito Rural do Banco Central que embasam isso – aponta o presidente da a Comissão de Crédito da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), Alexandre Câmara Bernardes.
Em entrevista ao programa Mercado & Companhia desta quarta, 15, o especialista em crédito apontou que a liberação dos R$ 9 bilhões pela ministra Kátia Abreu não é nenhuma novidade, como está sendo colocado.
– O pré-custeio não deveria ser anunciado porque esse valor já estava destinado ao setor. O Plano Safra 2014/15 dizia que eram R$ 156,1 bilhões destinados para a agricultura. Outro dia anunciaram que tinham aplicado R$ 83 bilhões. Então, veja, falta muito para chegar ao valor total. Onde é que está esse valor orçado? Ainda faltam R$ 73 bilhões para a agricultura usar – indaga o especialista em comercialização, Telmo Heinen.