Com as incertezas em relação às chuvas em áreas produtoras de café, o Rabobank projeta 60,7 milhões de sacas do grão na safra 2021/2022 do Brasil, volume 10% menor do que o acumulado da temporada 2020/2021, que foi de 67,5 milhões de sacas.
De acordo com o especialista de café do Rabobank, Guilherme Morya, a projeção atual é parcial e vai depender de como as lavouras vão se desenvolver, já que as chuvas só retornaram às regiões produtoras de café arábica em novembro. “Mas contemplamos também um aumento na produção de conilon, onde vemos bons índices de desenvolvimento de lavoura”, diz.
A menor oferta só deve ser sentida no segundo semestre de 2021, afirma o especialista, pois o Brasil colheu uma grande safra este ano.
Impacto nos preços do café
A perspectiva de produção menor tem se refletido nos preços internacionais, negociados na Bolsa de Nova York. Segundo Morya, a tendência é que o produtor tenha preços razoáveis no próximo ano, na faixa de US$ 1,12 e US$ 1,20 por libra-peso.
Outro fator altista para o ano que vem é a recuperação da economia global, uma vez passada a pandemia da Covid-19, o que levaria a aumento de 1,4% na demanda pelo grão.
“A gente espera que o preço oscile nessa faixa. Essa depreciação do real, [com o dólar] na casa de R$ 5,50 também vai contribuir bastante para manter o valor em real pago ao produtor em bons patamares, como observamos em muitos momentos em 2020”, pontua.