O preço da soja na Bolsa de Chicago bateu US$ 12 por bushel e continuou subindo. Nesta terça-feira, 22, os contratos operam em leve queda, mas o diretor da SIM Consult, Liones Severo, acredita que a oleaginosa voltará a subir no curto prazo e deve passar de US$ 13 por bushel.
Segundo ele, os Estados Unidos já venderam 90% da safra e o Brasil comercializou toda a sua produção, além de 65% da temporada do ano que vem. “Não existe soja no mundo que seja suficiente para causar um impacto negativo em Chicago”, diz.
A escassez do grão no mundo deve levar a um cenário de racionamento, afirma Severo. Para isso, o preço da soja vai subir até “destruir as margens de lucro da indústria” de subprodutos.
Como a China tem ótimas margens, segundo o especialista, a oleaginosa tem espaço para novas escaladas e para atingir os maiores patamares da história. “É uma situação muito grave. É a primeira vez que acontece isso num cenário mundial”, conta.
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China comprou soja para fazer estoque?
Severo desmente a ideia de que a China tenha comprado soja que não precisa. De acordo com ele, as 103 milhões de toneladas importadas pelo país asiático vão atender o setor de proteína animal. “É imensa a expansão do consumo chinês”, frisa.
O consultor diz que a pandemia do novo coronavírus resultou na eliminação do consumo de proteínas de animais silvestre ou exóticos, e essa demanda foi direcionada a outras carnes.