O preço do milho segue em alta e a tendência é de manutenção para as próximas semanas, mesmo com o início da colheita da safrinha. Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a questão do clima já tem definido o futuro de muitas lavouras pelo o Brasil.
“As perdas no Paraná são irreversíveis. Os comentários são de queda entre 30% e 40% no potencial produtivo, mas acredito que fique mais perto dos 40%. O Paraná recebeu pouca chuva desde o plantio e muitas lavouras quase não receberam chuvas, é uma das maiores perdas já vistas na safrinha do Paraná, mesmo com uma área recorde”, falou.
Diante deste cenário, a indústria está procurando alternativas para garantir seus estoques. “Estão fazendo malabarismo com os estoques que têm na mão. Outras estão comprando trigo para fazer misturas, já que produtores com milho da safra verão disponíveis estão vendendo escalonadamente ou, então, não querem vender. O mercado segue apertado e isso deve durar mais semanas”.
Para o analista, o preço não deve despencar com a colheita como em anos anteriores, mas nem por isso deve faltar milho no mercado interno. “Estamos com preços atrativos para quem vende e com o mercado mundial ajudando, com isso, subindo o preço no mercado interno. Acredito que não deve faltar milho, pois o potencial era de 90 milhões de toneladas, e o provável é de 75 milhões, contra uma demanda interna de 40 milhões de toneladas de milho ainda teremos sobra para exportar”, disse ele.
A torcida é para que a chuva ajude e as perdas não aumentem. “Mato Grosso, nosso maior produtor, segue com potencial na faixa das 35 milhões toneladas e cerca de 60% das lavouras já passando pela fase mais crítica e com ocorrência de chuva. Com isso, o porto paga na casa dos R$ 90 e o milho ao consumidor deve, sim, continuar acima do nível do porto, ou seja, mesmo com a chegada da safra, se pagando de R$ 90 em diante”, finalizou.