As cotações do feijão recuaram 14,72% de maio para junho, caindo de R$ 363,50 para R$ 310, de acordo com a Safras & Mercado. De junho para julho, o recuo foi ainda maior: 23,6%, passando de R$ 310 para R$ 236,74. Uma queda como essa não era observada desde maio de 2019.
O analista Jonathan Pinheiro diz que os preços tiveram valorizações expressivas quando a pandemia de Covid-19 começou a tomar grandes proporções no Brasil. “Isso levou pessoas a comprarem e se abastecerem com diversos alimentos, inclusive feijão, o que resultou naquela alta muito expressiva, relativamente atípica até”, diz.
Agora, segundo o analista, o mercado está pressionado por uma entrada de safra bastante expressiva. “Mais de 1,5 milhão de toneladas, das 3 milhões de toneladas previstas para esta temporada, entram entre maio e agosto. Isso justifica essas quedas de preço”, conta.
Pesa também neste momento uma certa acomodação na demanda. “Os consumidores observam que não haverá nenhum problema de abastecimento, e isso tem favorecido uma retração da demanda. Junto com a entrada expressiva de oferta, isso faz o mercado cair mais expressivamente”, comenta.
Apesar do forte recuo, o produtor ainda está em uma situação confortável, de acordo com Pinheiro. O feijão carioca está sendo negociado acima de R$ 220 por saca, valor 35% superior ao mesmo período do ano passado. “E a partir de setembro, o mercado vai ter fôlego para novas recuperações”, finaliza.