Preço do leite cai pelo 5º mês consecutivo e recua 7% em outubro

A baixa acontece mesmo após a suspensão da importação do produto em pó do Uruguai

Fonte: Pixabay/divulgação

Outubro foi marcado pela grande expectativa quanto à precificação do leite entregue em setembro, devido aos baixos patamares nos últimos meses e à recente decisão do Ministério da Agricultura de suspender as importações uruguaias de leite em pó. No entanto, a baixa demanda por lácteos na ponta final da cadeia continuou impactando o mercado, levando à quinta queda consecutiva no preço do leite recebido pelo produtor.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na “média Brasil” líquida, que inclui os estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o recuo foi de R$ 0,08 por litro, ou de 7,3%, frente ao mês anterior, chegando a R$ 1,005 por litro, sem considerar os fretes e impostos.

Captação
Por outro lado, o índice de captação de leite do Cepea continuou em elevação. Na “média Brasil”, de agosto para setembro, a captação das indústrias subiu 4,19%, com menor elevação registrada desde junho, quando o índice iniciou o movimento de alta.

Nos estados do Sul do país, a captação continuou crescente, porém, em menor intensidade frente aos meses anteriores. No Paraná, a captação aumentou 7%, e no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, 4,8% e 4,6%, respectivamente. Além disso, em Minas Gerais e em Goiás, a safra ainda não ganhou força devido aos baixos volumes de chuvas, levando ao avanço na produção de apenas 3,1% e 2,8%, nesta ordem.

Demanda
A demanda por lácteos continua enfraquecida, mas o fluxo de vendas se elevou em relação a setembro, estimulado pela manutenção dos preços em baixos patamares. No entanto, a queda dos preços na negociação entre indústria e atacado pode ter chegado ao limite, uma vez que as margens estão bastante restritas. Por conta disso, indústrias elevaram os preços dos seus produtos e as cotações do leite UHT no mercado atacadista do estado de São Paulo registraram alta acumulada de 8,38% em outubro.

Tendência
O atual momento de mudanças do mercado lácteo tem prendido a atenção de todo o setor, dividindo as expectativas para o próximo mês. Cerca de 48% dos agentes consultados pelo Cepea (que representaram 47,5% do volume amostrado) acreditam que os preços em novembro devem registrar nova queda. Por outro lado, 43,8% dos colaboradores (46,2% do volume amostrado) apostam em estabilidade. Outros 8,3% (ou 6,3% do total) acreditam que o preço pago ao produtor pode subir.