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Mercado e Cia

'Preço do milho deve cair no curto prazo e ter novo pico na entressafra’

De acordo com analista, a produção de verão deve atender minimamente o mercado, dando impulso até a colheita da segunda safra

O preço do milho no Brasil caiu nos últimos dias. De acordo com o analista de mercado Vlamir Brandalizze, o mercado está se acomodando ante a perspectiva de início da colheita do cereal no Sul do Brasil. “Até agora, tivemos colheita apenas das lavouras bem prejudicadas pela seca”, conta. Com isso, é esperado aumento na oferta de milho na virada de janeiro para fevereiro.

Além disso, segundo o analista, os milho acima dos patamares atuais “estrangula” a rentabilidade dos produtores de frango, suíno e ovos. “Traz margem negativa para esses setores, que não conseguem repassar ao consumidor, porque ele não consegue comprar”, diz.

No mercado exportador, o preço do milho também parece ter chegado ao limite. Brandalizze afirma que apenas uma elevação do dólar sobre o real daria condição para novas altas nos portos brasileiros, mas a moeda norte-americana está mais estável.

“A indústria espera que haja queda de R$ 5 a R$ 10, para trabalhar com tranquilidade. O produtor vai continuar vendendo bem e os setores conseguirão trabalhar com boas condições”, afirma o analista da Brandalizze Consulting.

Tendência para o preço do milho

Vlamir Brandalizze diz que a segunda safra deve trazer mais tranquilidade ao setor de proteína animal, já que a área plantada deve crescer cerca de 1 milhão de hectares. Fora isso, as culturas de inverno, como triticale, cevada e trigo forrageiro, podem ser alternativas para a alimentação dos animais – e para o agricultor não deixar a terra parada na estação.

Por enquanto, a tendência é de leve baixa na cotação do cereal. Um novo pico de preços pode acontecer no meio-tempo entre a safra verão e a colheita da segunda safra, já que o milho verão deve atender minimamente às necessidades da indústria, segundo Brandalizze.

No segundo semestre, o mercado deve ficar mais calmo, pois além da safrinha brasileira, há indicação de que os norte-americanos devem plantar mais. “Teremos um mercado mais barato do que o atual, e não é uma situação que vai trazer problemas ao produtor da safrinha”, ressalta.

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