Durante a primeira edição de telejornal Mercado e Companhia desta quinta-feira, dia 23, produtores rurais se manifestaram contra a proposta do governo que estuda taxar as empresas exportadoras do agronegócio. A intenção é cobrar ICMS para cobrir o rombo da Previdência Social.
Também estaria na mira do governo a agricultura familiar. Hoje, os pequenos produtores contribuem apenas quando comercializam sua produção; a hipótese é que o pagamento passe a ser feito também quando não for realizada a venda dos produtos.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Marcos Montes (PSD-MG), acredita que a medida crie um ambiente desfavorável ao produtor. “A FPA, como forte responsável pelo governo que aí está, vai atuar para mostrar a incoerência disso, que pode causar prejuízos ao país. É necessário diminuir os gastos, mas jamais colocando isso nas costas do produtor rural”, defende.
Na visão do comentarista Ivan Wedekin, quem vai ficar com a conta é o produtor rural, pois o importador não vai pagar a diferença no preço de um produto agrícola só porque aumentaram um tributo no Brasil. “O ônus da conta vai para o bolso do produtor, que vai arcar com o problema da imprevidência do governo”.
Já Miguel Daoud afirma que esta medida é uma “crueldade” e que o governo, antes de fazer uma reforma na Previdência, deve mostrar para a sociedade os dados da aposentadoria rural.
“Estão enganados os que dizem que o agronegócio tem que ser taxado porque a aposentadoria rural é responsável pelo rombo na Previdência. O produtor não deve arcar com esta responsabilidade”, diz Daoud.
Nesta quinta, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, se posicionou contra a medida e afirmou que vai atuar dentro do governo de Michel Temer para que a cobrança não seja feita.
Veja algumas das mensagens que produtores rurais enviaram durante o programa.