Tempo

Previsão do tempo: chuva e frio retornam nos últimos dias de junho

De acordo com a Somar Meteorologia, há risco de temporais com muitas trovoadas, ventos fortes e eventual queda de granizo

Produtores do Sul aproveitaram a semana de tempo mais firme para colher o milho, no Paraná, e plantar o trigo, no Rio Grande do Sul. Um bloqueio atmosférico seguro as instabilidades no extremo sul gaúcho. Porém, a chuva deve se espalhar pelo Centro-Sul do Brasil, segundo a previsão do tempo. O frio também vai retornar nos últimos dias de junho.

A partir desta quarta-feira, 24, o bloqueio atmosférico se rompem e uma frente fria consegue avançar pela região. Há risco de temporais com muitas trovoadas, ventos fortes e eventual queda de granizo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e oeste de São Paulo até as primeiras horas do sábado, 27. A chuva vai se espalhar, alcançando todo o Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, sul e oeste de Minas Gerais, sudoeste de Mato Grosso e extremo sul de Goiás.

Os maiores acumulados serão registrados nos portos de Santos e Paranaguá, no extremo sul do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná e no sul de São Paulo e de Mato Grosso do Sul. A volta da chuva diminui o ritmo de colheita do milho e da cana-de-açúcar do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Muitos municípios dos três estados receberão aproximadamente 50 milímetros até o domingo, 25.

No norte de Minas Gerais, boa parte de Goiás e de Mato Grosso e no Matopiba, o tempo permanecerá seco pelos próximos sete dias. A chuva prossegue na costa do Nordeste e no norte e oeste da região Norte, com maiores acumulados no Rio Grande do Norte, Amapá, Roraima e noroeste do Amazonas.

Para o início da próxima semana, observa-se a formação de um ciclone extratropical e novo episódio de chuva forte no centro e sul do Brasil. Os maiores acumulados serão observados no norte do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Paraná e sul de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, mas a chuva vai alcançar boa parte do Brasil nos primeiros dias de julho, diminuindo o ritmo de trabalho de várias culturas. A partir da segunda semana de julho, no entanto, a chuva passa a ser restrita novamente ao Rio Grande do Sul.

O frio chega logo depois da chuva

Com a volta da chuva, espera-se também declínio da temperatura. No próximo fim de semana, o frio será mais intenso somente no Rio Grande do Sul e as geadas não alcançam culturas vulneráveis. Mas na primeira semana de julho, espera-se frio mais espalhado pelo Centro-Sul. Por enquanto, não há potencial para geadas em áreas de café e cana-de-açúcar, mas o cenário será monitorado nos próximos dias.

Balanço das chuvas da última semana e os impactos nas lavouras

Nos últimos sete dias, a chuva enfraqueceu em boa parte da região Sul, acelerando as atividades de colheita do milho segunda safra no Paraná e instalação do trigo no Rio Grande do Sul. Somente no extremo sul gaúcho, a chuva foi intensa, passando de 85 milímetros em Santa Vitória do Palmar.

A chuva intensificou sobre as áreas de café conilon do Espírito Santo, Zona da Mata de Minas Gerais e sul da Bahia. O acumulado passou dos 100 milímetros no litoral do Espírito Santo e a colheita avançou mais lentamente nos últimos dias.

A chuva também prosseguiu sobre boa parte da costa do Nordeste e norte e oeste da região Norte. Por outro lado, na maior parte do Brasil, o tempo permaneceu seco e com temperatura mais elevada que o normal. A colheita de cana-de-açúcar, café arábica e algodão seguiu sem problemas. O milho, inclusive, teve uma aceleração da colheita superando a média histórica, de acordo com consultorias.

O inverno começou no último fim de semana, mas os impactos da falta de chuva do outono ainda são sentidos não somente na menor produtividade do milho segunda safra, mas também em hortifrúti. O pinhão deverá registrar uma diminuição da produtividade entre 15% e 20% no Paraná pela escassez de chuva. A qualidade da laranja também diminuiu em São Paulo pela falta de chuva. As frutas estão murchas nas árvores.

No Nordeste, enquanto produtores de manga estão mais otimistas pela maior oferta de água para irrigação, a uva do Vale do São Francisco teve diminuição da qualidade pelo excesso de umidade. Há um temor de que aconteça algo semelhante com o melão do Rio Grande do Norte e do Ceará que é semeado agora.