Economia

Daoud: mesmo com a privatização da Eletrobras, conta de luz pode pesar no bolso do consumidor

Para o comentarista Miguel Daoud, a conta de luz pode ficar 7% mais cara devido à escassez hídrica

A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira, 21, a medida provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras. Foram 258 votos a favor e 136 contra.

O modelo prevê a emissão de novas ações a serem vendidas no mercado, o que pode resultar na perda do controle acionário de voto da União, ou seja, do governo. O texto segue agora para sanção do presidente Jair Bolsonaro, que tem 15 dias para a decisão.

O comentarista do Canal Rural Miguel Daoud explica que, mesmo a Eletrobras vendendo as ações da concessionária, o governo ainda permanece como sócio majoritário. “Na realidade não seria uma privatização, ou seja, ela não está vendendo a companhia como um todo. O governo, que é majoritário na composição acionária da Eletrobras, está vendendo parte de suas ações, de forma que os compradores não poderão ter mais de 10% do capital da companhia, sendo assim, o governo vai ficar com 45%, portanto será o acionista majoritário e vai ficar com aquela ‘ação de ouro’, que é uma ação em que o governo pode muitas vezes ditar o rumo da companhia”, pondera.

Para o comentarista, apesar de a decisão ser uma boa alternativa para a Eletrobras, a conta de luz pode pesar no bolso do consumidor. “Os cálculos ainda não estão definidos, mas estima-se que essa concessão das ações vai acabar gerando no curto prazo em torno de 7% de aumento. Ainda por cima, a expectativa é de que agora com a crise hídrica seja necessário investimento em outros sistema de geração de energia”, diz.