As exportações de soja e milho atingiram o segundo maior volume já embarcado para o mês de agosto, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Os volumes de soja exportados atingiram 6,23 milhões de toneladas, alta de 24,5% frente ao mesmo período do ano passado. Já o milho registrou 6,485 toneladas em agosto deste ano, uma queda de 11,4% comparado a 2019.
O diretor da ARC Mercosul, Mateus Pereira, avaliou o cenário de possíveis problemas climáticos como o principal fator para novas altas nos preços do grão.
“A oferta está restrita não por existir algum problema climático, apesar dos mapas apontarem alguns problemas para o plantio que começa daqui alguns dias no Paraná e no Mato Grosso. Essa restrição de oferta vem do avanço na comercialização de safras futuras. Vivemos um ano em que o produtor rural brasileiro tem mais de 55% da safra 2021 comercializada. Para 2022, nós estimamos que entre 5% e 10% da safra 2022 de soja já foi comercializada, algo nunca visto no Brasil”, comenta Pereira.
De acordo com o diretor da ARC Mercosul, os mapas climáticos dos próximos meses aponta para um La Niña, que deve provocar falta de chuvas em algumas regiões do Sul do Brasil. “Infelizmente, as tendências climáticas deste momento apontam problemas climáticos neste início de safra, principalmente para o plantio”, diz.
“O La Niña traz efeitos prejudiciais para a safra de soja brasileira como um todo, em algumas regiões, principalmente no Sul do país, mas em âmbito nacional, as quebras em anos de La Niña são menos relevantes do que em anos de El Niño, que traz maiores problemas em regiões mais relevantes na produção da oleaginosa. Então a preocupação fica a cerca destes possíveis problemas climáticos aos produtores que já anteciparam as vendas da safra”, ressaltou.
Segundo Pereira, por conta das vendas antecipadas, caso ocorra algum problema climático, a tendência é que haja um suporte de alta nos preços da soja no Brasil.