A produção agroindustrial recuou 16,5% em abril deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, sendo a mais intensa queda de toda a série histórica iniciada em janeiro de 2003. O Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) produzido pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) mostrou os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre o agronegócio brasileiro. No acumulado do ano, a baixa na comparação anual foi de 5,4%.
De acordo com a FGVAgro, a queda foi puxada pelo segmento de produtos não-alimentícios, com contração anual de 27,4%. No grupo de produtos alimentícios e bebidas, o recuo foi de 5,8%. No caso da produção de produtos alimentícios, quando excluído o setor de bebidas, houve crescimento de 6% em abril.
Entre os produtos não alimentícios, a queda mais forte ocorreu na produção têxtil e chegou a 62,7%, sendo que a produção de biocombustíveis foi a única a apresentar expansão (9,6%). Em relação aos produtos alimentícios, o destaque ficou por conta do avanço de 25,7% no segmento de produtos vegetais, puxado pela alta de 10,5% no processamento de arroz.
Ainda dentro do segmento de produtos alimentícios, é importante observar um “efeito substituição”, com a produção de itens de valor agregado maior, como carne bovina, sendo trocados por mercadorias mais acessíveis, como carnes de aves e suína.