O Brasil deve produzir 1,33 milhão de toneladas de feijão na primeira safra, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Porém, devido aos problemas climáticos durante o desenvolvimento da cultura, o Instituto Brasileiro de Feijão (Ibrafe) acredita em uma quebra superior a 10%.
O presidente do Ibrafe e analista de mercado da Correpar, Marcelo Lüders, afirma que a situação é preocupante porque ainda é incerto o tamanho da safra.
Do ponto de vista de preço, ele vê os preços subindo mais para o consumidor, mas não remunerando tanto o agricultor brasileiro, porque o valor do feijão já subiu até janeiro deste ano. “O atraso no plantio gera insegurança quanto ao volume total que vai ser colhido. Como consequência, quem conseguir plantar e colher dentro de uma normalidade agronômica será muito bem remunerado”, diz.
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Pode pesar contra a demanda o retorno de cidades a fases mais restritivas nas medidas de isolamento social, além de um auxílio emergencial com parcelas menores, o que diminui o poder de compra da população.
Lüders ressalta que o consumidor vai reclamar do preço, mas reforça que não há motivo para isso, pois o feijão brasileiro é a proteína vegetal mais barata do mercado mundial. “A alta não é algo que está acontecendo só no Brasil”, frisa.