O tempo seco preocupa produtores rurais no Rio Grande do Sul, onde já são esperadas queda de produtividade devido à falta de chuvas, No município de Chiapetta, a produtora Gabriela Nichel iniciou o plantio da soja, mas relata que não tem registro de chuvas consideráveis na região há 30 dias.
“Isso não é um fato normal, pois a primavera geralmente é bem chuvosa, e provocando até dificuldade pelo excesso de água no solo. Com esse período seco, estou fazendo o plantio em áreas irrigadas. O clima preocupa, pois se a primavera já está esse tempo seco, imagina o resto do ano”, relata Gabriela.
No município gaúcho de Passo Fundo, a produtora Fabiana Venzon fala em menor peso do trigo por causa da falta de chuvas. O clima seco também deve impactar em sua produção de milho. “Não estamos conseguindo fazer a aplicação de nitrogênio na lavoura, e isso pode acarretar em perda de produtividade”, destaca Fabiana.
De acordo com Desiréé Brandt, da Somar Meteorologia, os produtores da região Sul deverão esperar um pouco mais pela chuva mais abrangente. “Para esse fim de semana teremos chuvas, mas bem localizadas. As precipitações mais abrangentes devem ocorrer apenas na semana entre o dia 22 a 26 de outubro, com acumulado que podem chegar até 30 mm em várias partes dos três estados do Sul”.
O cenário mais favorável para o retorno ainda maior das águas é esperado para dias 27 a 31 de outubro, onde a chuva deve aumentar aumentar em áreas como a metade norte do Rio Grande do Sul, até metade sul do Paraná, com precipitações de até 50 mm.
“O clima mais seco está relacionado com o La Niña que está praticamente estabelecido. Geralmente a primavera é marcada pela chuva no interior do sul do Brasil. Mas essa chuva não veio por causa do resfriamento do oceano pacífico e um dos principais efeitos é a estiagem”, explica Desirée.
Previsão indica mais calor
De acordo a previsão feita pela Somar Meteorologia, para os meses de novembro, dezembro e janeiro, a expectativa é de uma condição de chuva abaixo da média para a região Sul, principalmente no centro e oeste do Rio Grande Sul, onde a probabilidade de as chuvas ficarem abaixo do esperado é de 60% até o fim de janeiro de 2021.
Para os demais estados da região, também existe o risco de estiagem. O clima será seco no centro e oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná, onde a probabilidade de a chuva ficar abaixo da média é de 50%. “Será uma primavera e um verão complicado na região Sul por causa do La Niña”, ressalta a meteorologista da Somar