Produtores de arroz gaúchos protestam contra preço

Valor da saca varia de R$ 28,00 a R$ 32,00, com custo de produção de R$ 40,00 no Rio Grande do SulCerca de 600 produtores de arroz do Rio Grande do Sul realizaram, na manhã desta sexta, dia 5, uma mobilização em Cachoeira do Sul, na região Central do estado. A cadeia reclama da baixa do preço da saca de arroz e dos custos crescentes.

Entidades como a Federarroz, a Fetag e representantes sindicais se reuniram com arrozeiros de 34 municípios para promover um debate a fim de encontrar soluções para a queda do preço, que hoje varia entre R$ 28,00 e R$ 32,00, de acordo com a qualidade do grão, a um custo de produção de R$ 40,00. A falta de recursos para o pré-custeio é outro agravante para crise. Uma das soluções mais defendidas para tentar resolver o problema é a prorrogação de financiamentos que vencem na metade desse ano. Novas políticas agrícolas também estão entre as reivindicações do setor.

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A partir da assembleia geral extraordinária, produtores e entidades elaboraram uma carta com ações imediatas e de médio prazo para propor aos governantes. A lista inlui:

1 – Imediata prorrogação por 90 dias dos pagamentos de todas as operações de crédito rural, constando cláusula de obrigatoriedade no cumprimento da medida, sem condicionamentos junto ao Sistema financeiro Nacional, vinculadas a receitas oriundas da lavoura arrozeira da safra 2014/2015, incluindo custeio, investimento, comercialização, renegociação, e demais operações. 

2 – Carência de 2 anos para o pagamento das dívidas dos arrozeiros gaúchos. Após o período de carência, pagamentos anuais limitados a 5% do faturamento bruto do produtor, pela média dos últimos 10 anos.  

3 – Exclusão do nome/CPF dos arrozeiros gaúchos junto aos órgãos de restrição de crédito.

4 – Liberação imediata de recursos controlados para a safra 2015/2016.

5 – Agendamento, com urgência, de reunião com a ministra Kátia Abreu, com a participação das entidades de classe e  arrozeiros.

6 – Projetos e campanhas institucionais permanentes de incentivo ao aumento do consumo de arroz no Brasil.

Ações de médio prazo:

1 – Incentivo à exportação de arroz, propiciando toda a logística necessária.

2 – Liberação da comercialização de defensivos genéricos.

3 – Desconcentrar ao máximo as datas de vencimento do custeio agrícola, visando diminuir a grande oferta em um prazo curto e conhecido, que causa a diminuição do preço do arroz.

4 – Redução da carga tributária incidente em insumos da lavoura arrozeira, especialmente em relação à energia elétrica, fertilizantes e óleo diesel.

Veja a reportagem abaixo: