Os preços do milho devem se fortalecer até o final do ano. De acordo com o analista Carlos Cogo, o Brasil deve bater recorde de exportações em 2015 e ultrapassar 26 milhões de toneladas. Além disso, o milho brasileiro em dólares é o melhor e mais barato do mundo. Ele também observa que os produtores que já fizeram negócios tiveram necessidade de liberar espaço para a entrada de novos estoques.
Sobre a soja, o analista colocou que o melhor momento já passou, em junho, quando a combinação entre o dólar futuro e a cotação de Chicago ficaram próximas a US$ 10,50 por bushel e ofereceram bons negócios no Brasil. Na região de Ponta Grossa, a cotação chegou a R$ 74 ou R$ 75.
– Não quer dizer que não possa retornar a essa cotação, até porque nós temos ainda uma situação que poderemos ver uma escalada do dólar no Brasil e isso pode permitir de novo bons momentos de venda. Acho que de certa forma os produtores já se protegeram, já venderam parte da safra e também a grande parte já adquiriu os insumos para a próxima temporada – afirmou Cogo.
Ele chama a atenção para a importância da fixação, que poderia ficar em torno de US$ 9 por bushel, fixando o prêmio, já que nos primeiros meses de 2016 eles serão positivos nos portos.
China
O analista também lembra que a pressão chinesa na Bolsa de Chicago é baixista e que o dólar está valorizado nos Estados Unidos em relação a outras moedas – e a soja está cara em dólar.
– Em dólar, a soja brasileira hoje é uma soja barata e por isso os chineses elevaram a suas importações entre junho e julho de 2015 e concentraram suas compras principalmente no mercado brasileiro e também no mercado argentino – disse.
A desvalorização do yuan, na opinião de Cogo, é um fator de suporte para a soja que vai levar um reaquecimento das exportações chinesas com a melhoria do consumo interno na China.
– Não devemos ficar assustados no curto prazo com esse processo que está ocorrendo nesse momento – alerta.