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Mercado e Cia

Ministra anuncia programa de proteção e manejo de microbacias hidrográficas rurais

Tereza Cristina disse que o Águas do Agro será lançado em abril e utilizará assistência técnica e o crédito rural para promover o uso sustentável da água no meio rural

No Dia Mundial da Água, comemorado nesta segunda-feira, 22, dez empresas anunciaram parceria com o Governo Federal para patrocinar ações do Programa Águas Brasileiras. As organizações irão aportar recursos em projetos de revitalização das principais bacias hidrográficas do país. O compromisso anunciado em evento no Palácio do Planalto, em Brasília, contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro e dos ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, da Agricultura, Tereza Cristina, do Meio Ambiente, Ricardo Salles, da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, e da Controladoria-Geral da União, Wagner do Rosário.

No evento, a ministra Tereza Cristina fez questão de ressaltar a importância do homem do campo na conservação dos recursos hídricos e anunciou a criação de um programa específico para o setor. “No próximo mês de abril, o Ministério da Agricultura lançará o Águas do Agro, um grande programa nacional focado na proteção das microbacias hidrográficas. Através da assistência técnica, da capacitação e do crédito rural iremos fortalecer o uso de tecnologia sustentável e de boas práticas. O objetivo é acelerar o crescimento das áreas de agricultura irrigada no país, com uso racional e sustentável da água. O uso da água é uma indutora de desenvolvimento socioeconômico, como em Juazeiro e Petrolina, principal polo produtor de frutas no Brasil graças à irrigação”, disse.

No evento de hoje, o ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, explicou que o governo busca projetos que sejam eficientes no uso da água sustentável em diversos setores da sociedade. “Apoiar a agenda de revitalização de bacias hidrográficas é parte da estratégia de sustentabilidade de muitas empresas brasileiras que associam o patrocínio de projetos à sua atividade econômica e ao ganho de imagem junto à sociedade. Além disso, a agenda verde permite o acesso a mercados consumidores e financeiros que são hoje fortemente influenciados por questões ambientais e sociais. O que nós estamos fazendo é buscar e selecionar projetos que atendam estrategicamente as áreas que mais precisam de intervenções para garantir que a água, nosso principal diferencial estratégico, continue disponível em qualidade e quantidade suficientes para a população”, disse.

No evento, as empresas Anglo American, Rumo Logística, Ambev, MRV Engenharia, Stone, Vale S.A, Engie Brasil, Bradesco, Caixa e JBS formalizaram a adesão. No total, 26 propostas, de 48 inscritas em edital, foram selecionadas pelo Programa Águas Brasileiras. Elas contemplam mais de 250 municípios de 10 estados e visam o uso sustentável dos recursos naturais e a melhoria da disponibilidade de água em quantidade e qualidade para os usos múltiplos. Foram escolhidos 16 projetos para a Bacia do Rio São Francisco, dois para a do Rio Parnaíba, dois para a do Rio Taquari e seis para a do Rio Tocantins-Araguaia. Desde dezembro, o MDR vem apresentando o Programa Águas Brasileiras para as empresas.

“Nossa meta é viabilizar, com a iniciativa, o plantio de 100 milhões de árvores nas quatro bacias hidrográficas prioritárias. Essa ação é essencial para a recomposição das matas ciliares e para a proteção das áreas de recarga de nascentes”, destaca Rogério Marinho.

Agro como agente fundamental

As ações do Programa contemplam os seguintes eixos temáticos: manejo florestal sustentável; proteção e recuperação de áreas de preservação permanente, prioritariamente de nascentes, e de áreas de recarga de aquíferos; implantação de sistemas agroflorestais; contenção de processos erosivos; soluções sustentáveis de saneamento no meio rural e reúso de água no meio urbano; técnicas de engenharia natural para infiltração da água com comprovados benefícios ambientais; ações que levem à redução da criticidade hídrica; e economia circular da água.

Tereza Cristina foi enfática ao dizer que as propriedades rurais, com suas áreas de proteção ambiental, já são grandes aliadas da preservação hídrica. “O produtor rural tem uma relação simbiótica com esse insumo essencial para o desenvolvimento da produção vegetal, alimentação de animais e a sua própria sobrevivência. É no campo que se dá o milagre da produção e conservação da água. Muitas das nascentes dos nossos córregos e rios se encontram nas propriedades rurais, nas áreas de preservação permanente e reservas legais. As áreas produtivas, quando bem manejadas, são fundamentais para a recarga de aquíferos e mananciais”, disse.

Parceria com a iniciativa privada

Desde dezembro, o MDR vem apresentando o Programa Águas Brasileiras com o objetivo de mobilizar e engajar as empresas que têm compromissos com a agenda da sustentabilidade, possibilitando que elas possam agregar valor às suas atividades por meio do apoio a práticas sustentáveis em prol da proteção das águas brasileiras.

Entre as vantagens para as empresas que financiarem os projetos estão: inclusão de elementos ASG (ambiental, social e governança corporativa) na cultura organizacional e no seu posicionamento no mercado; geração de valor pela transição para uma atuação resiliente; agregação de valor às cadeias produtivas por meio de práticas sustentáveis; adaptação dos modelos de negócio à economia de baixo carbono; e possibilidade de certificação e comercialização de créditos de carbono decorrentes dos projetos de revitalização, permitindo a redução ou mitigação das emissões de carbono das empresas, no âmbito do mercado voluntário.

Além disso, as empresas participantes receberão o Selo Aliança pelas Águas Brasileiras, que simboliza a atuação dos parceiros na proteção das águas do País. Na estampa está o pato-mergulhão – embaixador das águas brasileiras e uma das aves mais ameaçadas de extinção das Américas, que vive e se reproduz apenas em rios e cursos d’água extremamente limpos. A ave é considerada um bioindicador ambiental, pois onde é encontrada, há certeza de qualidade dos mananciais e da preservação. Atualmente, estima-se que a população da ave é de apenas 250 indivíduos, localizados principalmente nas bacias hidrográficas do São Francisco, Tocantins e Paraná.

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