Quase metade da 2ª safra de milho foi vendida

Valorização do dólar no final de maio impulsionou vendas, diz AgRuralA comercialização de milho em maio no Centro-Sul chegou a quase metade do total da safra de inverno, mas o ritmo de venda desacelerou na comparação com o registrado em março e abril, pressionado pela queda dos preços. O levantamento é da consultoria AgRural. 

Fonte: Cristiano Picinini/Arquivo Pessoal

As vendas chegaram ao final do mês passado a 48%, ficando acima do registrado no mesmo período de 2014 (27%). Embora o valor represente um aumento de 4 pontos percentuais (pp) em relação a abril, o ritmo é menor que apurado entre março e abril (7 pp) e fevereiro e março (10 pp).

A consultoria afirma que a queda nas cotações dos contratos futuros em Chicago e a expectativa de maior oferta, diante da expectativa de produção recorde (49 milhões de toneladas), fizeram os produtores segurarem as vendas.

– Os preços vinham atrativos [antes de maio], então muitos aproveitaram para negociar e travar os custos – afirmou o analista de mercado da AgRural Adriano Gomes em entrevista à segunda edição do “Mercado e Companhia”.

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Em Mato Grosso, onde 66% da safra foi comercializada, os compradores ofereciam R$ 15,50 pela safra de agosto/setembro em Campo Verde, enquanto os produtores pediam R$ 17,00. Em Sorriso, onde a saca para agosto chegou a valer R$ 15,00 no início de abril, a referência agora é R$ 12,50.

A mesma tendência foi vista em todos os estados produtores. Mato Grosso do Sul, cuja comercialização atingiu 50% em maio, o preço pago em Dourados pela saca com entrega entre julho e agosto chegou a R$ 17,50, baixa de 11% ante a média de abril. Em Maracaju, lotes saíram por R$ 17,30 livre ao produtor com o dólar trabalhando acima de R$ 3,15. 

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Segundo Gomes,os preços antes de maio estavam elevados porque havia incerteza sobre o tamanho da safrinha. Mas como as chuvas se alongaram e boa parte da safra esta salva, a expectativa é de bons rendimentos.

– Se for confirmado clima favorável nas áreas produtoras, a tendência é de que os preços recuem mais – disse.