Queda do milho reflete apenas produção e desconsidera demanda

Para o chefe da área de Commodities da JBS nos Estados Unidos, mercado está errando em não precificar dados de aumento da demanda chinesa por grãos

O chefe da área de Commodities da JBS nos Estados Unidos, Marco Sampaio, acredita que o mercado está equivocado quando olha apenas para os dados de melhora nas condições das lavouras norte-americanas e projeta uma safra recorde. O motivo é que, segundo ele, todos prestaram atenção apenas nas informações de oferta e não estão considerando a demanda, fato que fez com que os preços na bolsa de Chicago recuassem consideravelmente.

Sampaio afirma que, apesar das expectativas para o próximo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) serem positivas para a safra, o mercado falhou ao não olhar para a China. “Nós estamos com os preços do milho nos patamares talvez mais baixos dos últimos 10 anos e não se precifica um aumento de demanda. Na soja, por exemplo, faz 10 dias seguidos que estamos exportando para a China, isso significa uma compra de 3 a 4 milhões de toneladas a mais na demanda, ou seja, o mercado está comprando, sim” defende.

Condição das lavouras

O USDA divulgou na última segunda, dia 8, o relatório de condição da safra norte-americana. A quantidade de lavouras de soja em boas ou excelentes condições ficou estável, com 72%. Já o milho teve uma ligeira queda, de 76% das lavouras em boas ou excelentes condições divulgadas no dia 1º de agosto, para 74%. 

Ainda assim, ambas as culturas estão apresentando desempenho acima da safra passada e também acima da média dos últimos 10 anos.