A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) vê como insuficiente a recomposição dos recurso para equalização de juros do Plano Safra no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
“A Contag entende que com a aprovação do PLN 4, o Congresso Nacional recompôs os valores da equalização para o Pronaf em R$ 3,7 bilhões. Consideramos um avanço porém não suficiente, porque nessa safra já foi usado R$ 5 bilhões para equalização. O plano safra, agora, depende de decisão do Governo em relação ao montante de recursos que serão destinados para agricultura familiar e também às taxas de juros que serão praticadas. A Contag propôs um montante de R$ 40 bilhões para o plano safra 21/22 considerando as linhas de investimentos e custeios. Juros de 1.75% para o Pronaf e alimentos e juros de 3% para as demais modalidades. Não podemos pagar juros acima da taxa Selic que está atualmente em 3.5%”, diz Aristides Santos, presidente da Contag.
Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, por mais que a situação orçamentária não esteja em um cenário favorável o Governo precisa priorizar subsídios para os produtores rurais. “Os custos de produção tiveram uma elevação de 30% a 40%, que é totalmente descompassado em relação a diferença de valores do plano safra do ano passado em comparação com o atual. O produtor vai ter menos recursos subsidiados para poder implementar essa safra, por mais que a situação do Governo não é boa, ainda é uma situação com deficiência de orçamento, é uma questão de priorizar aquilo que é importante para o Brasil”, diz.
“Hoje a produção de alimentos principalmente pelo pequeno e médio produtor é imprescindível, não podemos falar de uma agricultura suficiente para atender a demanda de alimentos sem que sofra pressões inflacionárias pela menor oferta. Diante desse cenário é muito preocupante as questão dos recursos subsidiados para a agricultura. Vencido a aprovação da PLN 4 nós temos então agora que ir para uma segunda luta, a luta com o Ministério da Agricultura para melhorar os recursos subsidiados para essa categoria”, pondera o comentarista.
Daoud ainda enfatiza que a burocracia para acessar o crédito rural atrapalha o produtor rural. “Com relação a burocracia que tem que ser daqui para a frente, o Conselho Monetário Nacional e os bancos precisam normatizar tudo isso, sem dúvida nenhuma leva a uma postergação do produtor acessar o dinheiro e dependendo do momento da janela que o produtor tem para a começar a sua safra ou seus investimentos isso realmente atrapalha muito a produção”, conclui.