Não é só no Brasil que o clima tem atrapalhado a safra de soja. Na Argentina, devido ao clima mais seco, a projeção de safra saiu de 55 milhões de toneladas para 44 milhões. O número também fica abaixo das 50 milhões colhidas na temporada passada.
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Segundo Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio, a quebra de safra no país vizinho pode trazer oportunidades para o Brasil. “Como a Argentina é responsável por 40% das exportações globais de farelo e 47% das exportações mundiais de óleo de soja, o Brasil deve ganhar mercado nas exportações, principalmente para o farelo”, avalia.
Em relação aos preços, o especialista diz que o farelo está com as cotações em queda nesse momento, devido ao início do esmagamento da safra 2020/21. Em contrapartida, o óleo está com preços mais altos. “O óleo está sustentado por dois motivos. Pela alta nos preços externos e pela elevação na mistura de biodiesel ao diesel”, explica.
Apesar do cenário favorável para o Brasil, Cogo ressalta que a movimentação do dólar ainda pode mexer com o mercado. “O que mais preocupa é o câmbio que chegou a beirar os R$ 5,90 há algumas semanas e hoje está no patamar de R$ 5,55. Isso acabou reduzindo exportações de soja em um período de 15 dias”, ressalta.