A prefeitura de Rio Verde, em Goiás, decretou situação de emergência na manhã desta quinta-feira, dia 2, devido à seca que atingiu as lavouras da região. Segundo o sindicato rural local, de 220 mil hectares semeados com milho no município, 25 mil nem serão colhidos, pois tiveram perda total.
Além de enfrentar quebra na lavoura, o produtor rural vai ter dificuldade em conseguir os bons preços que o milho vem alcançando no mercado interno. De acordo com o diretor do sindicato e agricultor José Roberto Brucceli, como a produtividade esperada no início da safra era de 120 sacas por hectare, muitos agricultores venderam metade de sua safra no mercado futuro, a um preço entre R$ 22 e R$ 27. No entanto, com a queda de produtividade, o produtor deve colher apenas 60 sacas por hectare, ficando, portanto, com 100% da sua safra já comercializada.
Normalmente, a colheita do milho começa em 1º de julho, mas alguns dos produtores estão se antecipando para tentar, de alguma maneira, aproveitar a alta do grão. E aí se deparam com outro problema: o alto índice de umidade do milho.
Segundo Brucceli, os grãos estão sendo colhidos com 25% a 30% de umidade, quando o normal é 14%. A consequência é que muitas empresas não estão aceitando o produto.
“O produtor vai perder 50% da sua produção e a consequência disso é que vão ficar descapitalizados” afirma ele.