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Mercado e Cia

Secex: exportações de soja e carne avançam; milho tem queda significativa

Segundo relatório da Secretaria de Comércio Exterior, exportações de soja aumentaram 54,9%, enquanto o milho teve queda de 97,1%, em relação a maio de 2019

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou nesta segunda-feira, 1º, um relatório com dados de exportação em maio. Os embarques de soja tiveram um aumento de 54,9% em comparação com maio do ano passado, o segundo maior volume já exportado em um mês. No entanto, as exportações de milho tiveram queda de 97,1% ante o mesmo período de 2019.

O volume da exportação da soja é o segundo maior já registrado pelo Brasil em um mês. Em relação a abril, quando embaçou o recorde de 16,3 milhões de toneladas, o volume representa queda de 4,9%. No acumulado de 2020, o volume de soja embarcado é 39,8% maior do que em igual período do ano passado.

As exportações de milho tiveram queda de 97,1% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em maio desse ano, o Brasil embarcou 24,9 mil toneladas do grão, contra 967,6 mil embarcadas em maio de 2019.

Para carne suína, o relatório apontou um aumento de 53,2% em comparação com maio do ano passado, as exportações de carne de frango também tiveram um avanço, de 4,3% ante o mesmo período de 2019. Já os embarques de carne bovina ficaram 24,7% acima do mesmo mês do ano passado.

Segundo o economista Felippe Serigati, da FGV Agro, o Brasil conseguiu manter sua importância no mercado, visto que continuou  com a cadeia produtiva ativa durante a pandemia. “Quando a gente olha pro restante do mundo no meio dessa pandemia, nós observamos diversos produtores, exportadores de produtos agrícolas fechando sua economia. O fato é que enquanto nós tivemos uma série de ruídos em diversos grupos comerciais, aqueles relacionados ao Brasil funcionaram super bem até o momento”, destacou.

Serigati comentou ainda sobre a recomendação das autoridades chinesas de aumentar os estoques do país, colocando assim, o Brasil como possível exportador capaz de cumprir com a demanda. “No meio de toda esta pandemia, o universo agro brasileiro tem se mostrado como um ofertante de confiança. Quem fez o pedido, recebeu o produto”, afirmou o economista.

Sobre a situação da queda do milho, Serigati traçou hipóteses do que pode afetar o mercado neste momento. Segundo ele, a primeira safra de milho veio 1,5% abaixo do esperado, muito devido às secas na região Sul do país.

Para a segunda safra, o economista disse que é necessário aguardar um pouco mais para afirmações. Ele ressalta que para chegar a uma conclusão deve-se esperar os números concretos, com algumas economias operando em ritmo inferior, o que poderia afetar as exportações de milho do Brasil.

“Esses números virão, é questão de tempo. Provavelmente, ao longo da semana, a Secex já vai divulgar os números mais agregados”, concluiu.

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