– O mercado de açúcar é mundial. Há política de subsídio e isso está sendo questionado [o Brasil questiona a Tailândia na OMC], à medida que a gente se livra dessas amarras, o mercado tende a melhorar. Preços reagirão porque estamos próximos de um período em que os estoques estão acabando e haverá demanda. A partir do segundo semestre, veremos reação no mercado internacional de açúcar. A safra mundial entra em setembro. Um ponto importante é que somos o único país com capacidade de produzir açúcar ou etanol. Neste ano, a safra tende a ser mais acooleira porque os preços estão mais competitivos – estima.
Segundo ele, o consumo de combustíveis no Brasil cresce a “níveis chineses”, com aumento de 7,7% no ano passado, enquanto o crescimento do país foi praticamente nulo.
– O problema é que não temos gasolina, o que produzimos é insuficiente, somos importadores e temos uma capacidade limitada de produção de etanol pela estagnação econômica do setor. É uma decisão complexa: envolve planejamento de governo. Se não houver incentivo, o Brasil importará cada vez mais gasolina. É necessário planejamento, horizonte e regras claras para que não vivamos mais ps erros do passado, que custaram muito caro ao país – enfatizou.
Uma crise severa assola o setor nos últimos anos, com cerca de 50 usinas fechadas desde 2008. Segundo Rodrigues, governo tomou medidas positivas este ano, com a volta da Cide sobre a gasolina e o aumento da mistura do etanol anidro à gasolina, mas “demorou demais” a adotar tais medidas.
– As usinas estão em uma situação delicadíssima, mas naturalmente melhorando os preços de etanol e açúcar, as empresas trarão suas dívidas para um limite em se possa honrar. Recebendo créditos novos para que, lá na frente, quando a demanda for positiva, elas tenham capacidade de atender – opina.
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