Após o presidente Jair Bolsonaro sancionar o orçamento para 2021, foi confirmado aquilo que o setor agrícola temia: menos recursos para financiar a atual safra. Segundo a economista Simone Pasianotto, o Plano Safra deste ano virá com R$ 2,5 bilhões a menos. Desse montante, R$ 1,3 bilhões são de recursos que atenderiam o Pronaf.
Simone diz que a verba menor para a agricultura prejudica especialmente aos pequenos produtores. “O pequeno e médio produtor rural não tem acesso a crédito rural pelos grandes bancos, como é o caso dos grandes produtores. Ele depende dos recursos provenientes do orçamento federal. Sem os recursos do Pronaf, o agricultor não tem onde buscar crédito rural”.
A economista ressalta, ainda, que com menor recurso, certamente o produtor vai deixar de fazer investimentos, podendo reduzir a área de plantio e ainda provocar uma redução na oferta de alimentos. No entanto, a questão do orçamento ainda pode passar por novas alterações e sofrer realocações.
“A ministra Tereza Cristina disse que os recursos para subvenção do Plano Safra que foram cortados serão recompostos, essa é a grande esperança. Por outro lado, sabemos que a recomposição precisa ser aprovada por projeto de lei, e a tramitação é demorada. Até que isso seja efetivo tem um longo caminho a ser percorrido e a produção dos pequenos e médios produtores deve ser comprometida”, afirma Simone.