Com a suspensão temporária das tarifas de importação para a soja e o milho, para quem vai adquirir os grãos do exterior pode encontrar preços em patamares semelhantes aqueles praticados no mercado doméstico. A avaliação é feita por Vlamir Brandalizze da Brandalizze Consultoria
“Sem a TEC, o milho chegaria a R$ 70/72 nos portos brasileiros, e a soja acima de R$ 150. O importador ainda precisa considerar os custos de serviço do porto, mas acredito que a mercadoria chegaria em um valor próximo ao que o mercado interno está trabalhando atualmente”, destaca Brandalizze.
Na opinião dele, o maior beneficiado com o a suspensão temporária de tarifas é o setor de ração animal, que poderá continuar buscando insumos para atender a demanda crescente. “O setor vem trabalhando na sua capacidade máxima este ano em função dos bons volumes exportados de carne de frango e suína, além das vendas aquecidas de ovos. Isso dará uma tranquilidade para a indústria atuar este fim de ano e ainda favorecer o planejamento no início de 2021”, diz
Em relação aos preços, o especialista acredita que a medida possivelmente não baixará os valores no mercado, mas servirá como um limitador para novas altas. Brandalizze reforça que as cotações elevadas da soja e do milho podem impactar em perda de competitividade no setor de ração animal.
Clima pode afetar os preços
Com a oferta dos principais grãos produzidos no Brasil mais equilibrada, o clima pode atuar como um fator de valorização das cotações, especialmente do milho. “Os preços na Bolsa de Chicago estão mais elevados. Se tivermos problemas com o La Niña afetando a safra na América do Sul, poderemos ver esse teto de preços em Chicago subir, pois o mercado está atento às condições das lavouras da Argentina e Paraguai e não somente no Brasil”, ressalta.