A soja em grão chegou a operar acima de US$ 12 por bushel na Bolsa de Chicago, nesta segunda-feira, 23, mas não se firmou. Porém, de acordo com o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, esse teto deve ser rompido nos próximos dias ou semanas. Além disso, é possível que esse patamar se torne o novo piso mínimo na bolsa.
Assim como em julho de 2016, quando os preços internacionais estavam acima de US$ 12, os problemas climáticos são o pilar principal que sustenta o movimento de valorização da oleaginosa.
Os Estados Unidos passaram por problemas climáticos nas duas últimas safras, incluindo a que acabou de ser colhida. Mas, agora, o mercado também olha atentamente para a situação na América do Sul, que enfrenta uma estiagem bastante severa.
“É um ‘problema’ generalizado no setor da soja: a queda de oferta e a demanda crescendo forte”, diz. A China continua firme nas compras, expandindo também o esmagamento em seu território.
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A Bolsa de Chicago deve continuar apoiada na situação do Brasil, Argentina e Paraguai, segundo Pereira. Se as perdas se agravarem com o mau tempo, é possível que os US$ 12 por bushel, que era um teto a ser vencido, torne-se o piso.
O diretor da consultoria afirma, também, que os estoques globais estão extremamente baixos em relação à média dos últimos 30 anos. O mundo deve chegar a fevereiro de 2021 com cerca de 15 ou 20 milhões de toneladas. “Não suportaria um ou dois meses de demanda chinesa”, frisa.