O mercado de soja registra comercialização recorde neste ano. Segundo a consultoria da Terra Agronegócio, 85% da produção brasileira de 2020 já foi vendida. A safra 2021 também está adiantada e 25% do volume que será colhido no ano que vem já foi comercializado.
“A safra velha é mais fácil a gente entender porque os custos de produção foram realizados com a cotação do dólar abaixo dos patamares de hoje. O produtor viu o preço da soja subindo e viu a oportunidade. Ele não pensou duas vezes e colocou o lucro no bolso’’, comentou Enio Fernandes, analista de mercado. “Já a safra nova, o que aconteceu é que o preço do dólar foi subindo muito e Chicago caindo, com sinal de recessão, então os produtores entenderam que os patamares atuais do dólar estão altos e foram comercializando e também foram travando os insumos”, acrescentou.
O preço dos insumos também subiu com a alta do dólar, mas segundo o analista, ainda assim a margem de lucro está compensando para quem vender a soja neste momento. “Os insumos subiram, mas eles não subiram na mesma proporção que subiu a soja porque a indústria não conseguiu passar para o consumidor final todo o aumento de custo que ela teve. Não estamos em um cenário extremamente favorável, nós temos alguns mercados melhores, a soja menor, mas tem outros mercados que estão sofrendo bastante e que também são demandadores de insumos. Então, quando a gente olha no contexto, houve a alta dos insumos, mas ele não foi o bastante para destruir essa relação favorável para a safra de soja”, finalizou Fernandes.