Agricultura

Soja e milho: consultoria eleva estimativa de produção no Brasil

Volume da leguminosa destinado ao consumo doméstico depende de biodiesel e da safra da argentina, diz a StoneX; exportações do cereal também devem crescer

A consultoria StoneX divulgou nesta quarta-feira (1°) uma nova estimativa de safra para a soja 2022/23, da ordem de 154,7 milhões de toneladas.

O volume representa um aumento de 0,3% diante do último levantamento da empresa e confirma a expectativa de uma safra recorde para a oleaginosa no país. Os estoques finais de soja foram calculados em 7 milhões de toneladas.

“Em relação ao consumo doméstico, as perspectivas são de aumento, mas o tamanho dessa variação vai depender de fatores como a mistura de biodiesel no Brasil e as perdas de safra na Argentina”, afirma a especialista de inteligência de mercado da StoneX, Ana Luiza Lodi.

De acordo com a consultoria, a revisão positiva da produção nacional da soja ocorre mesmo com as perdas esperadas para o Rio Grande do Sul, onde a cultura foi afetada pelo La Niña.

As perdas estimadas em território gaúcho, calculadas em 16 milhões de toneladas, estariam sendo mais do que compensadas pelos resultados no Centro-Oeste e no Matopiba, a despeito de atrasos nas operações de colheita.

A StoneX também destaca que houve algumas revisões de área plantada, também para cima.

Produção recorde de milho

A consultoria também divulgou nova projeção para a produção brasileira total de milho, calculada em 130,6 milhões de toneladas, considerando as três safras.

A análise da StoneX é de que, com esse volume recorde, o Brasil poderá aumentar sua estimativa de exportação em 1 milhão de toneladas, chegando a 47 milhões. Já os estoques finais, segundo o levantamento, avançaram marginalmente, para 14,09 milhões de toneladas, o que representa uma relação estoque/uso de 11%.

Em relação à primeira safra de milho 2022/23, a StoneX manteve sua estimativa de produção em 27,55 milhões de toneladas. Apesar das adversidades climáticas enfrentadas nos últimos meses, especialmente no Rio Grande do Sul, ainda se espera uma oferta acima da registrada em 2021/22.

A segunda safra do ciclo do cereal recebeu mais uma revisão positiva, de 0,7% em comparação com o número de fevereiro, chegando a 100,8 milhões de toneladas.

Em função da expectativa de uma área inferior à esperada anteriormente, a estimativa de produção de Goiás foi reduzida para 12,5 milhões de toneladas. Por outro lado, esse corte teria sido compensado por uma perspectiva mais favorável para a área plantada e para o rendimento médio em Mato Grosso, cuja produção está estimada agora em 46,7 milhões de toneladas.

“Conforme a colheita da safra de verão avança, o volume estimado para sua produção vai se tornando cada vez menos sujeito a novas alterações, apesar dessas ainda não serem descartadas, principalmente para as regiões mais ao norte, onde o plantio e o desenvolvimento ocorrem mais tardiamente”, afirma o analista de inteligência de mercado João Pedro Lopes.

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