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Mercado e Cia

Soja ainda tem espaço para subir R$ 15 por saca, diz Brandalizze

Segundo analista, a oleaginosa vai chegar a US$ 14 em Chicago. Isso, somado ao dólar mais alto, dá fôlego para as cotações internas evoluírem

A tendência é de alta para a soja no mercado internacional e brasileiro, de acordo com o analista Vlamir Brandalizze. Segundo ele, a demanda está muito aquecida e os vendedores estão fora das negociações, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, à espera de preços melhores. “O ambiente está pronto para passar dos US$ 14 [por bushel, na Bolsa de Chicago]”, afirma.

Outro fundamento positivo é a alta do petróleo, que, segundo o analista, subiu mais de US$ 10 no último mês. “Ajuda as commodities agrícolas a crescerem. Aqui na consultoria, estamos apontando que este será o ano das commodities”, diz Brandalizze.

As quebras nas safras norte-americana e, provavelmente, na sul-americana também colaboram para um cenário de valorização da soja no mercado internacional. “Também temos câmbio favorável no momento. Céu de brigadeiro, tudo tranquilo e favorável”, complementa.

Brandalizze lembra que a Argentina costuma plantar mais tarde do que o Brasil, começando em dezembro sua maior parte. “Ela terá seu período crítico agora entre fevereiro e março, e são meses em que o clima pode ser desfavorável para eles. O mercado já mostra alta porque a Argentina já tem redução de safra e, se configurado o período mais seco, as perdas serão maiores”, diz.

O analista afirma que os estoques dos Estados Unidos devem chegar ao menor nível em 20 anos, o que também dá sustentação às cotações internacionais.

Mercado brasileiro de soja

De acordo com Brandalizze, as cotações variam de R$ 165 a R$ 170 nos portos, nas posições de maio a julho, e estão no melhor momento da safra.

“O produtor brasileiro vendeu bem, garantiu o faturamento para cobrir os insumos e, o que resta da safra, está cauteloso e fazendo boa estratégia. No câmbio, o ambiente está favorável na primeira semana do ano”, diz

Para o analista, a soja ainda tem espaço para subir até R$ 15 por saca, chegando próximo dos patamares observados no ano passado. “Não podemos esperar que haja uma explosão de preços, porque acabaria impactando muito os setores do farelo e óleo de soja”, diz.

Segundo Brandalizze, com exceção dos produtores que plantaram muito cedo e tiveram problemas com a seca, os produtores de soja devem ter uma boa rentabilidade. “Talvez seja um dos melhores anos do produtos nas margens do produtor que vai colher de 20 de fevereiro a março”, diz.

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