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Mercado e Cia

Soja: ‘Reconciliação entre EUA e China deve frear avanço das exportações do Brasil’

Consultor diz que nem a qualidade do produto brasileiro impediria que os asiáticos de se voltarem à oleaginosa americana com o fim de guerra comercial

O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, precisa conquistar mais seis delegados para garantir a vitória nas eleições de 2020. Caso isso se concretize, o cenário político internacional pode passar por uma mudança relevante, se Biden optar uma reaproximação com a China.

De acordo com o sócio-diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, apesar de o Brasil possuir uma oleaginosa de qualidade e sustentável, as exportações só cresceram bem nos últimos anos por conta do conflito entre o atual presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping. Os asiáticos, entre outras coisas, aplicaram tarifas de 25% sobre a importação de soja dos EUA.

“Infelizmente [para o Brasil], a presença de Biden na presidência pode trazer reconciliação comercial com os parceiros asiáticos dos Estados Unidos, que tinham concentrado a demanda no mercado brasileira”, diz. “Os chineses, como todo comprador, querem margem, querem fazer lucro com o produto. Caso a soja americana se torne mais atrativa [sem a tarifa de 25%], a gente pode perder parte da demanda”, afirma.

Pereira reforça que isso não significa que os embarques brasileiros para a China vão simplesmente parar, já que o país asiático demanda cerca de 95 milhões de toneladas de soja por ano. O esperado é uma desaceleração no ritmo de crescimento observado nos últimos anos.

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