Soja: mercado já está de olho na supersafra brasileira

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Fonte: Banco de Imagens/GAM

A semana começa com os negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) atentos aos fatores que devem mudar os rumos dos preços da soja nos próximos dias. Segundo o analista da Safras & Mercado Luiz Fernando Roque, além da seca que deve avançar na Argentina e o embate comercial entre Estados Unidos e China, a supersafra brasileira pode aparecer como fator importante.

Segundo o analista, players já entendem que parte das perdas na Argentina já podem ser compensadas por uma produção recorde no Brasil. Na sexta-feira, os contratos futuros em Chicago já fecharam com preços mais baixos.

A tensão comercial entre Estados Unidos e China manteve o mercado sob pressão na maior parte do dia. No final, os analistas corrigiram tecnicamente, reduzindo as perdas. Na semana, maio caiu mais de 2%.

Em um primeiro momento, a retaliação chinesa às medidas protecionistas americanas se restringirá à carne suína e frutas, no que diz respeito ao setor agronegócio. Mas o temor é que essas sanções atinjam também a soja.

Cerca de 60% das exportações americanas têm como destino a China. Mas a grande dúvida é se a fixação de uma sobretaxa às importações de produto dos Estados Unidos terá mesmo efetividade. Mesmo que a China compre toda a soja brasileira – o que é inviável – e ainda adquira 8 milhões de toneladas em outras origens sul-americanas, restaria ainda uma necessidade de cerca de 20 milhões de toneladas.

As exportações semanais americanas desta semana decepcionaram o mercado. As vendas líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2017/18, com início em 1º de setembro, ficaram em 759.000 toneladas na semana encerrada em 15 de março. O número foi 40% abaixo da semana anterior e 33% abaixo da média das últimas quatro semanas.

Para a temporada 2018/19, foram mais 140.000 toneladas. Analistas esperavam entre 700 mil a 1,6 milhão toneladas, somando as duas temporadas. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Brasil

Os preços da soja registraram apenas pequenas oscilações e sem tendência definida no mercado brasileiro na última sexta-feira. Chicago recuou e o dólar subiu, dificultando também a comercialização. Apenas 30 mil toneladas trocaram de mãos no Rio Grande do Sul. Demais regiões continuaram concentradas na colheita.