Soja: oferta apertada mantém viés de alta

Depois de cair mais de 7% na última semana, cotação do grão é freada por relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, divulgado nesta terça, dia 12; atenção se volta para o clima

Fonte: Divulgação / Pixabay

Após o relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o mercado de grãos volta novamente suas atenções para as especulações climáticas – é o chamado mercado de clima. No caso da soja, o consultor Flávio França Jr. vê fundamentos de oferta e demanda para manter as cotações do grão em patamares elevados.

“Os estoques estão muito apertados. A quebra de safra na América do Sul aumentou a necessidade da safra dos Estados Unidos ser boa. Por isso que o mercado climático começou mais cedo este ano, porque qualquer notícia que afete a safra vira tendência de alta”, explica ele.

Nos próximos dias, França Jr. indica que o  foco dos operadores de mercado estará no monitoramento de temperaturas mais altas para a região produtora de grãos do país, o que poderia prejudicar a condição das lavouras. “Nós estamos em um mercado com muita volatilidade, principalmente por questões como a saída do Reino Unido da União Europeia. Temos uma atuação do mercado financeiro na soja e essas especulações sobre o clima tendem a continuar”, lembra.

O analista de mercado Vlamir Brandalizze reforça que os preços da soja estão em bons patamares na comparação com outros anos. “Nós estamos trabalhando com a soja entre US$ 10,50 e US$ 11,00 por bushel, o que é um bom patamar para o produtor que precisa fechar negócio”, avalia.