Com a entrada da fase final da colheita das culturas de primeira safra, a produção de grãos no Brasil no ciclo 2022/23 está estimada em 312,5 milhões de toneladas, o que representa uma alta de 15% em relação à temporada 2021/22. A soja segue como o produto com maior volume colhido no país, com uma produção estimada em 153,6 milhões de toneladas, de acordo com o último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Porém, embora o resultado seja recorde, os produtores tiveram diversas dificuldades em relação ao clima e aos patógenos do último ciclo.
Ao Mercado & Companhia, o consultor de marketing cultivos de soja, Ricardo Gerbelli, explicou a necessidade e importância do planejamento para o progresso no desenvolvimento da soja. “A gente teve uma safra muito boa, mas tivemos diversos problemas. Para a próxima safra, os agricultores devem fazem um bom planejamento, considerando o panorama climático da próxima safra, o histórico de suas fazendas e realizar o manejo fitossanitário”, disse. O especialista aponta que uma boa estratégia pode ser a chave para extrair o máximo do potencial produtivo.
Gerbelli ainda reforçou a preocupação com a mudança no padrão climático. “Os principais modelos meteorológicos indicam que a probabilidade da incidência do El Niño se iniciar entre junho e julho é extremamente alta”, afirmou. Segundo ele, será um ano extremamente seco nas regiões do extremo norte do Brasil. “Será necessário escalonamento, variedades de ciclos mais longos, para mitigar as perdas”, indicou.
Por outro, a saída do El Niña, que influenciou o clima por três anos, para a chegada do El Niño, fará com que o Sul tenha altíssima incidência de chuvas.
“A chuva é muito boa para a soja, mas também é muito boa para os patógenos”, alertou.
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