Em reunião no dia 22 de abril, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Banco do Brasil é “um caso pronto de privatização”. Porém, de acordo com Ivan Wedekin, ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e especialista em crédito rural, para a agropecuária esse não é o melhor negócio.
Wedekin afirma que o BB tem uma vasta experiência atendendo o setor produtivo, além de representar uma grande fatia do crédito rural ofertado. “Na safra 2019/2020, já representa 53% de toda a oferta de crédito rural”, diz.
Segundo o especialista, o melhor caminho para conseguir juros mais baixos, como a ministra Tereza Cristina pediu ao presidente Jair Bolsonaro pouco antes de Guedes falar sobre a privatização, é atrair o interesse dos bancos privados para disputar esse mercado.
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O comentarista destaca que a participação de instituições privadas no crédito de custeio, por exemplo, é de apenas 19%, perdendo até mesmo para as cooperativas de crédito que surgiram há poucos anos.
No caso da comercialização, os bancos privados respondem por 52%, até mais do que os bancos públicos. “Porque nesse segmento predominam os empréstimos a taxas de juros livres, sem intervenção do governo”, comenta. Para Wedekin, o que é necessário dar acesso à recursos de subvenção para que essas empresas possam baixas suas taxas.