A semana começa com tempo seco e temperaturas elevadas, principalmente no período da tarde, em grande parte do Brasil. A única exceção será o Rio Grande do Sul, que nesta terça, 14, e quarta, 15, ainda tem previsão de geadas amplas, principalmente na Campanha, fronteira oeste e região serrana. A partir da próxima quinta-feira, 16, a massa de ar polar perde intensidade e se desloca para o oceano Atlântico. Com isso, o frio não deve atingir nem mesmo Santa Catarina e Paraná, que devem ter apenas ligeiro declínio da temperatura.
No Sudeste, Centro-Oeste e interior do Nordeste, o tempo segue extremamente seco. “É normal não chover nesta época do ano, já que o inverno é a estação seca do interior do Brasil. Porém, a longa sequência de dias secos e com temperaturas elevadas se deve à ausência de frentes frias sobre a região, por conta de um bloqueio atmosférico”, diz Paulo Etchichury, climatologista da Somar. Segundo ele, as frentes frias vão ficar bloqueadas na altura do Rio Grande do Sul e desviadas para o oceano Atlântico. Com isso, o Brasil Central fica sob os efeitos de uma massa de ar tropical quente e seca.
A fase fria do oceano Pacífico equatorial também contribui para forçar o deslocamento rápido das frentes fria para o oceano. “Isso explica a ausência de frio extremo e duradouro neste ano sobre o Sudeste e o Centro-Oeste, e justifica o inverno mais quente do que o normal conforme foi previsto anteriormente”, diz Etchichury.
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Essa condição de clima seco e quente com baixos índices de umidade relativa do ar, favorece o avanço do processo de corte e moagem da cana-de-açúcar e a colheita de laranja em São Paulo.
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Os produtores de café de Minas Gerais também comemoram a condição de tempo seco. Os trabalhos de colheita estavam atrasados em relação ao ano passado. Lembrando que a safra deste ano é de bienalidade positiva para a variedade arábica. A colheita na região de Guaxupé, no sul de Minas Gerais, está um pouco mais avançada em relação às regiões produtoras do Cerrado mineiro e de São Paulo.
O tempo também está favorável para a colheita do algodão e do milho segunda safra da parte central do Brasil e do Paraná.
Nos próximos dias, há previsão de chuvas apenas no extremo Norte do país e nas regiões litorâneas, especialmente na costa leste do Nordeste, que nesta época do ano atravessa sua estação chuvosa.
Por enquanto, os modelos numéricos de previsão do tempo não enxergam nenhuma frente fria e nem massa de ar polar que avance para o Sudeste e Centro-Oeste até meados de agosto. “Teremos uma singela quantidade de chuva prevista apenas para o Paraná no início de agosto, sem indicativo de frio extremo”, finaliza o climatologista.
