Os temporais que atingem a metade norte do Brasil provocam a maior cheia do Rio Tocantins em mais de 30 anos. Em Marabá, no Pará, o nível do rio alcançou a marca de 12,91 metros neste domingo (16), de acordo com informações da Defesa Civil.
Foram sete centímetros a mais do que o registrado um dia antes, e nesta segunda-feira (17) o nível já subiu pelo menos mais um centímetro. Houve transbordamentos também em Imperatriz, no Maranhão, e em Babaçulândia, no Tocantins. Centenas de famílias estão desabrigadas nessas áreas.
A chuva vai continuar forte na metade norte, o que pode agravar as condições das cheias, além de dificultar o escoamento da safra de soja pelo Arco Norte. Em alguns locais, a expectativa é de mais de 70 milímetros de chuva.
“O La Niña tem reforçado as instabilidades no Nordeste e temos dois sistemas atuando na região: a Zona de Convergência Intertropical e o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN)”, afirma a meteorologista Maria Clara Sassaki, do Agroclima.
Calor no Sul
Enquanto isso, na região Sul, o destaque do fim de semana foi o calor. Porto Alegre (RS) registrou a maior máxima desde 2019: 40,3 °C. A título de curiosidade, a maior temperatura já registrada na capital gaúcha aconteceu no dia 1º de janeiro de 1943 com 40,7 °C. Já alguns municípios do interior do estado registraram máximas perto de 42 °C.
A partir de agora, o calor diminui e dá lugar aos temporais. Há risco, inclusive, para queda de granizo em algumas localidades. A chuva não será generalizada, mas em algumas áreas da metade sul do Rio Grande do Sul podem chegar a 50 milímetros.
Mesmo assim, esse episódio isolado não vai conseguir reverter o déficit hídrico acumulado desde novembro do ano passado. A partir do próximo fim de semana, o tempo volta a ficar seco na região.