Os preços do boi gordo e do bezerro registraram recordes em 2020. De acordo com o pesquisador Thiago Bernardino, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a oferta no ano que vem deve continuar justa e a demanda é a incógnita.
Ao falar de demanda, Bernardino ressalta que tanto a externa quanto a interna serão determinantes em 2021. Entre os pontos de atenção está a China. Não se sabe se o país asiático seguirá comprando grandes volumes da carne bovina brasileira.
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Pesa contra a proteína nacional os preços em alta neste momento combinados a um dólar mais fraco, que diminuem a competitiva do produto frente ao de outros grandes players internacionais, como os Estados Unidos e a Austrália.
Internamente por mais que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil tenha apresentado crescimento no terceiro trimestre, a economia não vai se recuperar tão rapidamente. “Além disso, no começo do ano a renda do consumidor cai, porque ele tem outros impostos. Mas acreditamos que a demanda vai, do meio do ano para frente, responder positivamente”, diz.
Boi gordo e bezerro em 2021
Bernardino diz que o mercado futuro do boi gordo indicam que o pecuarista deve continuar sendo bem remunerado, com cotações variando de R$ 250 a R$ 270 por arroba.
O mercado de reposição também deve seguir firme, mas principalmente no começo do ano, devido à baixa disponibilidade de animais. Depois, a retenção de fêmeas este ano pode levar a uma maior oferta, o que faria as cotações do bezerro cederem um pouco.