Só uma variedade de milho transgênico dos EUA é liberada para importação pelo Brasil

Grão americano ainda deve demorar a chegar ao Brasil, já que é vendido misturado a outras cultivares ainda não aprovadas

Fonte: Canal Rural

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) autorizou nesta sexta-feira, dia 2, o uso no Brasil de uma variedade de milho transgênico da empresa Monsanto comercializada nos Estados Unidos. Segundo informações da entidade, o grão geneticamente modificado é resistente a insetos e tolerante ao herbicida glifosato. O pedido de liberação estava na fila para ser avaliado há quase dois anos, já que poderia ser utilizado tanto para plantio quanto para consumo animal.

Apesar da aprovação, o milho americano ainda está longe de chegar ao Brasil. De acordo com informações apuradas pelo Canal Rural, a variedade aprovada pela CTNBio seria vendida pelos EUA misturada a outros tipos de milho ainda não foram autorizadas a entrar no país. A vinda efetiva só seria possível após a autorização de importação dessas outras cultivares, já que não é possível separar o conteúdo grão a grão.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirma que a notícia gera insegurança para toda a cadeia, já que, além do produtor rural ser afetado, o consumidor final também vai sentir os efeitos através de preços mais altos das carnes no varejo. Segundo o presidente da entidade, Francisco Turra, o milho importado dos EUA chegaria a um preço de R$ 30 por saca, enquanto o grão é vendido hoje a R$ 50 em algumas regiões brasileiras.

A partir de agora, a aprovação tem prazo de 30 dias para ser contestada pelas entidades que formam a comissão. Após esse período, a empresa solicitante deve entrar com pedido de registro no Ministério da Agricultura. Só depois desse trâmite é que as agroindústrias estariam autorizadas a importar efetivamente o milho.

Enquanto isso, as outras três variedades de milho transgênico ainda aguardam com urgência a autorização da CTNBio. Duas delas correspondem a novos pedidos de liberação para alimentação animal e outra já está na pauta há dois anos e tem como finalidade o uso para plantio e ração. A expectativa é que em outubro, quando ocorre a próxima reunião da comissão, a avaliação seja realizada.