Um ciclone extratropical deve se formar no interior da América do Sul a partir da quinta-feira, de acordo com a previsão do tempo. A meteorologista Desirée Brandt, da Somar, afirma que o fenômeno deve se formar no interior do continente na altura de Mato Grosso do Sul e cruzar a região Sul, provocando chuva volumosa, persistente e abrangente, com possibilidade até de granizo e raios em algumas áreas.
“Vai durar só dois dias, mas deve provocar chuva intensa e trazer efeitos para as lavouras de trigo, atrasando o plantio. Além disso, existe previsão de mais chuva na semana que vem”, alerta Desirée.
Entre esta quarta-feira, 3, e domingo, 7, os acumulados devem chegar a 50 milímetros do noroeste do Rio Grande do Sul até o Sul do Paraná. “Sendo que a maior parte desta chuva será registrada entre quinta e sexta-feira”, diz.
Para o agro, a passagem do ciclone vai trazer pelo menos 5 consequências:
- Ventos de 50 a 60 km/h podem deitar algumas lavouras de milho segunda safra no Paraná, como nos municípios de Cascavel e Guarapuava;
- A chuva forte vai paralisar as atividades de colheita da cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul e São Paulo;
- As instabilidades, mesmo que mais fracas, podem diminuir o ritmo da colheita de café em São Paulo e no sul de Minas Gerais;
- As atividades de embarque da safra nos portos da região Sul podem ficar mais lentas por conta da ventania e das chuvas;
- O plantio do trigo, que estava com ritmo acelerado no Paraná e iria começar nesta semana no Rio Grande do Sul, deve ter interrupções nesta semana.
No fim de semana, a chuva vai dar uma trégua na região Sul, mas as pancadas retornam na semana que vem, por conta da formação de áreas de instabilidade. “O tempo da trégua da chuva não será suficiente para retomar as atividades de campo. A persistência da chuva chama a atenção”, diz o meteorologista Celso Oliveira.
Junho marca uma mudança de padrão na distribuição das chuvas que devem ser mais duradouras. Nos próximos 15 dias, existem áreas do sul do Brasil que podem acumular até 200 milímetros. É o caso da cidade de Ronda Alta, norte do Rio Grande do Sul.