Produtores rurais de todas as regiões do país foram à Brasília participar de uma manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. No evento, ministros, parlamentares e lideranças do agro também estiveram presentes.
Do alto, era possível ver a multidão na Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes usavam camisetas com cores verde e amarelo, desenhos da bandeira do Brasil e frases como “O agro é o Brasil”. Carros de som e caminhões estacionados na rua também exibiam faixas que valorizavam o agronegócio.
O produtor de leite Edilberto Carneiro saiu Palminópolis (GO), com o neto Davi para também lutar por melhores condições para a classe. “Estamos pedindo socorro ao governo federal, ao presidente da República. Este ano, se o presidente Jair Bolsonaro não assumir as rédeas da situação, centenas de milhares de produtores de leite serão expulsos da atividade, isso é um crime”, diz.
Carneiro afirma que não é contra a importação de leite, mas a situação atual não é justa com o produtor brasileiro. “Essa concorrência que existe hoje, principalmente de leite do Mercosul. É uma concorrência desleal, não existe isonomia, não temos as mesmas condições de competitividade que tem o produtor da Argentina e do Uruguai”, alega.
Ele também pede que o governo federal realoque recursos que já existem na política de crédito rural para apoiar os produtores. “Uma salvaguarda para os produtores de leite, de tal forma que eles não quebrem, literalmente, neste ano de 2021. Portanto, senhor presidente, está nas suas mãos salvar os produtores de leite do Brasil de uma quebradeira geral”.
O pecuarista Abimael de Souza faz parte de um grupo do Pará que também levou demandas regionais para o governo federal. “A gente que é do Pará sofre muita pressão da mídia, questão de desmatamento, sendo que na maioria das vezes é mentira. Não é isso na verdade que ocorre lá. E sim, precisamos da legalização das nossas terras”.
Sérgio de Souza, também pecuarista paraense, defende a regularização fundiária. “Hoje, o produtor quer produzir com qualidade e dentro da legalidade, mas o governo tem que dar o suporte. Não adianta você mostrar só o que é errado, você tem que mostrar o caminho do que é certo”, pontua.
Bolsonaro participa de ato
Conforme prometido, o presidente Jair Bolsonaro e os ministros de Estado participaram da manifestação. Bolsonaro e Tereza Cristina chegaram à Esplanada a cavalo. Ao descer dos animais, eles cumprimentaram o público e falaram com a multidão em cima de um carro de som.
Tereza Cristina agradeceu o apoio ao governo e exaltou os produtores rurais: “Muito obrigado pelo trabalho que vocês fazem, plantando dia e noite, para que tenhamos alimentos para abastecer o nosso país”.
O presidente da República também destacou a importância do setor produtivo. “O Brasil se manteve em pé, em grande parte, graças ao homem do campo que não parou e graças aos caminhoneiros que não deixaram de transportar os nossos bens”, disse.
Membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também tiveram contato com os manifestantes. “Viemos mostrar ao Brasil que o agronegócio apoia um presidente que apoia o agronegócio. O presidente Jair Bolsonaro quer facilitar o crescimento do agro dentro da legalidade”, diz o deputado federal Nelson Barbudo (PSL-MT).
O deputado federal Evair de Melo (PP-ES) diz que o movimento também quer dar força aos parlamentares para apoiar e aprovar as reformas necessárias, criando um ambiente para retomada da economia brasileira.
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Apesar de o agronegócio ter sido o setor que mais impulsionou o movimento, membros da área de transportes manifestaram apoio. É o caso de Hailton Bezerro, dono de uma transportadora de Nova Mutum (MT). “O que pega mais para nós é o valor do diesel. Muda tudo na vida do transportador. Hoje, 60% da minha despesa é com o diesel, pesa muito”, afirma.
Entre tantos pedidos, o desejo de um país melhor. “Agora, o agro está numa situação favorável, mas junto com esse momento favorável vêm as consequências, os preços elevados em todos os insumos. Sobe o adubo, a semente, o ferro e tudo. Então, isso acaba alterando para o produtor também. A gente quer que essas consequências não sejam permanentes, que seja um ciclo bom, não só para o produtor rural, mas para todos, para toda a população”, diz a produtora rural Margarida Camargo.