As exportações de soja dos Estados Unidos na safra 2015/2016 superaram todo o volume registrado do ano passado. Até o dia 12 de agosto, quase 53 milhões toneladas do grão foram embarcadas, sendo que em 2015 as vendas da oleaginosa somaram pouco mais de 50 milhões de toneladas. Segundo o analista de mercado da Sim Consult Liones Severo, esse dado é um indicativo de que a demanda continua aquecida.
Severo afirma que, no entanto, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) não reconhece o tamanho da demanda por soja. Se isso fosse feito, diz, o órgão americano teria que diminuir suas estimativas de estoque, que atualmente já estão bastante apertadas.
De acordo com o analista, com a quebra de safra no Brasil, a demanda pela soja dos EUA aumentou, gerando dúvida sobre a capacidade dos americanos em atender à procura mundial.
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“A safra brasileira foi a mais curta da história, se medirmos pela demanda. Ela durou apenas três meses. Atualmente não há mais programação de exportações no Brasil e as indústrias também não têm mais o que processar. Isso vai transferir a toda procura pela oleaginosa para os Estados Unidos”, afirma Severo.
Ele ressalta que essa demanda vai continuar por sete meses, pois somente em março a safra brasileira começará a entrar no mercado.
A indicação do consultor é que o produtor rural aguarde melhores preços, já que a expectativa é de que a safra mundial de soja fique apertada. “A projeção é que os americanos tenham o menor estoque em três anos, e eu não acredito que a safra deles seja tão grande como o mercado diz. Outro ponto é que a Argentina deverá reduzir sua área de soja para investir no milho”, diz.
