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Mercado e Cia

Última semana do verão pode favorecer colheita da soja; veja previsão do tempo

Apesar de várias áreas com precipitação, a maior parte do país começa a semana com tempo ensolarado e favorável às atividades de campo

Cerca de 80 % da área de soja já foi colhida em Mato Grosso, de acordo com o Instituto Matogrossence de Economia Agropecuária, (Imea). No médio norte do estado, foram registrados diversos problemas por conta do excesso de chuva, mas a última semana do verão promete apresentar maiores janelas de tempo aberto para a realização das atividades em campo.

A previsão é de chuva apenas na forma de pancadas, sem a configuração de invernada nos primeiros dias desta semana. O milho segunda safra apresenta 88% das áreas semeadas no estado. Começamos a semana ainda com chuva sobre o médio norte e oeste de Mato Grosso, sobre Rondônia, Pará, Tocantins, Maranhão e a divisa entre Mato Grosso do Sul e Goiás.

Apesar de várias áreas com precipitação, a maior parte do país começa a semana com tempo ensolarado e favorável às atividades de campo nesta última semana do verão. E este padrão prosseguirá até a quarta-feira, 17. Apenas entre a quinta-feira, 18, e o sábado, 20, espera-se uma das últimas invernadas deste período das águas em Mato Grosso e região Norte. Posteriormente, o calor voltará a predominar por oito dias no centro e norte do país.

“Mas naturalmente, o estrago já está feito com um grande atraso na colheita da soja e instalação da segunda safra”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar. Segundo ele, para muitas áreas, será necessário chover frequentemente até junho e a precipitação neste ano não deverá passar da primeira semana de maio na mais otimista das hipóteses em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Além disso, há risco de frio com eventual geada a partir de maio no Paraná e em Mato Grosso do Sul.

Segunda quinzena de março

O acumulado em sete dias deverá alcançar 250 milímetros no sul do Pará, 200 no norte de Tocantins e 150 milímetros no oeste, norte e médio norte de Mato Grosso e no porto de Miritituba. No Sul, Sudeste e em Mato Grosso do Sul, a passagem de uma frente fria, causa temporais no Rio Grande do Sul na terça e Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul na quarta-feira.

“Há potencial para queda de granizo no Rio Grande do Sul nas próximas 48 horas”, alerta Celso. Apesar disso, o acumulado de chuva será irregular, chegando na casa dos 75 milímetros na Serra da Mantiqueira, divisa entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e fica abaixo dos 20 milímetros no leste do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina, sul do Paraná e norte de São Paulo.

Mesmo assim, a umidade do solo será reposta no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso do Sul e no oeste de Santa Catarina, do Paraná e de São Paulo. No Rio Grande do Sul o aumento da umidade do solo será fundamental para o desenvolvimento final da soja.

Por outro lado, a umidade do solo vai diminuir no vale do São Francisco, na Bahia, no norte e oeste de Minas Gerais, leste de Goiás, Distrito Federal e norte de São Paulo. Além da frente fria entre a terça e quarta-feira, outro sistema frontal vai avançar mais lentamente pela região Sul no próximo fim de semana. Em meados da semana que vem, um sistema de baixa pressão trará outro episódio de chuva ao Sul.

Por isso, entre 22 e 28 de março, a gangorra da chuva vai migrar para a região Sul com precipitação acima da média nos três estados. A região Sudeste, Mato Grosso do Sul, Goiás e boa parte do Nordeste terão chuva mais irregular.

Nos últimos sete dias, choveu mais intensamente sobre o Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e região Norte. O atraso na colheita da soja e instalação da segunda safra prosseguem. Em São José do Rio Claro-MT, choveu 280 milímetros em apenas sete dias. O acumulado nos primeiros 14 dias de março já alcança 380 milímetros, valor 75% maior que o normal para todo o mês. Em Campo Novo do Parecis-MT, choveu quase ininterruptamente entre 24 de fevereiro e 11 de março.

O solo está encharcado em Mato Grosso e boa parte da região Norte. No centro e norte do país, apenas o solo do leste do Nordeste está seco neste momento, mas é algo normal para época do ano. Mais ao sul, a umidade do solo ainda é adequada para o desenvolvimento agrícola na maior parte dos estados. Somente o Rio Grande do Sul está com umidade de solo mais baixa, apesar de uma forte precipitação na semana retrasada.

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