Voltou a chover no Rio Grande do Sul com a chegada de instabilidades provenientes de uma frente fria. Os acumulados foram significativos em alguns municípios, como Ibirubá, na metade norte do estado, que recebeu 45 mm, o que representa quase 30% da média climatológica da cidade (152 mm em janeiro). O grande problema é que essa chuva mais forte foi extremamente pontual e as demais áreas mal chegaram a 10 ou 15 mm.
No oeste do Paraná e no centro de Santa Catarina, os acumulados foram maiores, com mais de 40 mm. A distribuição das pancadas vai continuar irregular nos próximos dias. As temperaturas devem sofrer uma forte elevação a partir de 11 de janeiro, especialmente no Rio Grande do Sul, que deve voltar a sofrer com o calor intenso e forte perda de umidade do solo.
Chuva na primeira quinzena de janeiro
No Brasil, a primeira quinzena de janeiro deve ser marcada pela ocorrência de chuva em volumes elevados em boa parte do Sudeste, beneficiando as áreas de cana-de-açúcar, café, soja e milho. Precipitações acima de 100 mm são esperadas, especialmente para as áreas produtoras de Minas Gerais, incluindo a Zona da Mata, que já vem sendo castigada por precipitações volumosas, sendo boa parte desses volumes observados nos primeiros dez dias.
As chuvas também tendem a ser volumosas em boa parte de Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará. Já na região Sul, as chuvas podem ocorrer de forma menos organizada, sendo esperadas precipitações de forma mais localizada.
Com todo esse volume de chuva previsto para os primeiros 10 dias de janeiro no Sudeste e no Centro-Oeste, os trabalhos de campo tendem a ser momentaneamente interrompidos, com o surgimento de janelas de tempo seco ocorrendo a partir de 11 de janeiro. Com a presença constante de nebulosidade, outro efeito esperado é a ocorrência de temperaturas abaixo da média para o período. As temperaturas tendem a ficar de 1 °C a 2 °C abaixo da média em boa parte do Centro-Oeste e do Matopiba.
Argentina
Assim como a região Sul, a Argentina vem passando por dificuldades em relação à qualidade das chuvas, embora em um quadro menos dramático que no Brasil. Províncias importantes do Pampa úmido que receberam em dezembro precipitações acima da média, garantindo a umidade do solo em níveis satisfatórios, não devem ter sequer 10 mm em janeiro. Volumes mais elevados poderão ser observados nas províncias mais a noroeste, com destaque para Tucumán e Salta, onde os volumes podem chegar a 30 mm.
A partir do dia 10, as chuvas retornam às principais regiões produtoras argentinas, com volumes na casa de 15 a 20 mm acumulados no período. Os dados indicam um janeiro de dificuldades para o produtor, já que as temperaturas tendem a seguir elevadas e as precipitações previstas serem relativamente baixas.