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Mercado e Cia

Milho ‘se blinda’ do coronavírus com dólar próximo de R$ 5

Analista de mercado Paulo Molinari afirma que no cenário externo, demanda global pelo grão continua firme

Apesar do avanço do coronavírus, principalmente na Europa, afetar os preços das commodities no mercado internacional. O preço do milho no mercado interno acabou ganhando uma espécie de ‘blindagem’ contra essa incerteza global. Com um dólar em patamares próximos de R$ 5, a cotação do cereal segue em alta, além do produto ficar mais competitivo. 

Para o analista de mercado Paulo Molinari, da consultoria Safras & Mercado, mesmo diante da doença, os fatores fundamentais do mercado de milho continuam os mesmos. “Temos uma demanda global permanente, o fluxo global do comércio de alimentos não pode parar porque se não causa um desabastecimento”, comenta.

 O especialista aconselha que com o atual patamar da moeda norte-americana, o produtor deve fechar negócios, principalmente para a soja para 2021. “Eu sei que tem coisa pela frente, temos quebra de safra no Rio Grande do Sul, a safrinha [de milho] precisando de muita chuva, principalmente aqui no Paraná. Mas também devemos lembrar que o câmbio mais alto vai elevar o custo de produção”, afirma.

A dica é que o agricultor não descole o dólar na hora de vender a soja e comprar os insumos. “ Se vender soja, compra insumo, se comprar insumo, vende soja. Isso para não deixar os preços descolados, essa seria a regra principal”, diz.

Dólar

Molinari comenta ainda que o mercado brasileiro pode ver o dólar acima de R$ 5 novamente, dependendo do grau de tensão nos próximos dias.

“Depois da decisão surpreendente do FED [Federal Reserve, o banco central dos EUA] em pleno domingo para reduzir a taxa de juros, é inevitável que o Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Central] reduza os juros aqui no Brasil. Só teremos que ver o tamanho da coragem”, diz.

 

 

 

 

 

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