A semente de maracujá, normalmente descartada na produção de sucos e polpas de frutas, é uma excelente matéria-prima para produção de óleos que interessam à agroindústria de alimentos e de cosméticos. A produção de óleo a partir da semente de maracujá tem etapas simples: lavagem das sementes, secagem, prensagem, armazenamento e comercialização do óleo.
Há pouco mais de cinco anos, a Embrapa Agroindústria de Alimentos, em parceria com uma rede de produtores, empresários, centros de pesquisa como a Universidade Federal do Norte Fluminense e a Pesagro, mais a extensão rural, coordena o projeto Arranjo Produtivo Local do Maracujá – APL Maracujá, na região norte do Rio de Janeiro.
A ideia de transformar um resíduo prejudicial ao meio ambiente em produto de alto valor agregado garantiu ao projeto o Prêmio Brasil de Engenharia em 2011 pelo processo e pela instalação de uma fábrica de óleo de maracujá. O projeto também levou o terceiro lugar do Prêmio Péter Murányi, disputado por 115 trabalhos do Brasil e do exterior inscritos na última edição do prêmio.
A demanda por óleo incentiva a organização de produtores e pequenas empresas e os ganhos acabam sendo distribuídos em toda a cadeia produtiva. Uma pequena agroindústria em Bom Jesus de Itabapoana (RJ), a Extrair Óleos Naturais, já está produzindo e comercializando para indústrias de cosméticos e alimentos das regiões Sul e Sudeste do país e para uma rede de hospitais norte-americanos.
O programa vai mostrar como essa iniciativa começou, as etapas do projeto, o processamento do óleo e as oportunidades de negócios para este e outros derivados da semente e da casca do maracujá.
Na prensagem da semente são obtidos dois produtos, o óleo e a torta da semente. A torta também desperta interesse comercial. Ela é rica em proteínas e fibras e pode ser usada como ingrediente para rações. Na indústria de cosméticos, a torta pode entrar na composição de produtos esfoliantes. A destinação sustentável dos resíduos como casca e sementes abrem novas oportunidades de negócios e empregos para a região e dá destinação ambientalmente correta para o passivo da produção de maracujá.
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