– A primeira dimensão do problema é a quantidade de órgãos na política do agronegócio. O Ministério da Agricultura perdeu muita influência e controle da política agrícola por uma série de atividades de outras instituições e isso não ocorria no passado – comenta o acadêmico.
Para Lopes, a maioria dos planos do Ministério da Agricultura são vôos cegos, já que não é existe uma avaliação constante sobre os projetos elaborados.
– A primeira proposta é afirmar que temos um problema de governança. É necessário ter dentro do Ministério da Agricultura e Pecuária uma área que acompanhe o executivo e o legislativo. Essa tarefa hoje é realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. É necessária uma área que faça um acompanhamento das legislações, que estão tomando proporções bíblicas.
Já sobre a presença do setor privado dentro da governança, Lopes afirma que se houver dois projetos iguais, sendo um público e um privado, o organizado pelo governo acaba subtraindo a iniciativa do programa privado.
– O governo passa a organizar a armazenagem, por exemplo. O produtor diz que é um problema do governo e não faz. Armazenamento é uma coisa do setor privado, pois quanto mais ganha no público você perde no privado. Então ele pensa que não vale à pena investir num armazenamento privado se o governo pode construir um silo comunitário do lado dele alguns meses depois – diz.
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