A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos atualizou nesta quinta-feira, 14, sua projeção para o clima e admitiu a possibilidade de La Niña no verão de 2021. O órgão prevê a manutenção da neutralidade climática durante o inverno e primavera de 2020 no Brasil.
Esta foi a primeira vez que o NOAA convergiu com as previsões do Instituto Internacional de Pesquisas para Clima e Sociedade (IRI), da Universidade de Columbia, sobre a influência do fenômeno nos próximos meses.
“Pela primeira vez temos um consenso de previsão de La Niña para o fim do ano. Os dois institutos estão convergindo para um resfriamento do oceano Pacífico no trimestre entre novembro deste ano e janeiro de 2021, pegando o verão aqui no Brasil”, diz a editora do tempo do Canal Rural, Pryscilla Paiva.
Porém, apesar dessa previsão do La Niña apenas no fim do ano, o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Celso Oliveira, afirma que a partir do segundo semestre, a atmosfera já se comportará como La Niña.
Com isso, a previsão é que essa condição deixe o inverno mais seco no Centro-Sul do Brasil. “Podemos esperar um atraso na regularização das chuvas na primavera. Se já estamos com seca no Sul, o cenário de La Niña traz um futuro não muito animador nesta região e na Argentina, que são áreas que podem enfrentar um verão com chuvas irregulares e abaixo da média”, explica Paiva.