Abril será decisivo para o desenvolvimento da segunda safra de milho que está com a instalação atrasada em boa parte do Brasil. No Sul, a chuva acima da média vai alcançar o Paraná e o norte e oeste de Santa Catarina, enquanto o Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina podem ficar com volumes abaixo do normal.
“A chuva será muito bem-vinda para o desenvolvimento do milho segunda safra do Paraná”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar.
Independente do estado do Sul, a precipitação mais intensa vai acontecer na segunda quinzena do mês. A primeira onda de frio típica do outono vai acontecer entre o fim de março e início de abril, mas a queda mais acentuada da temperatura será vista na segunda quinzena de abril.
As geadas devem acontecer na Campanha Gaúcha e áreas mais elevadas de Santa Catarina e Paraná, algo que já pode acontecer pontualmente na virada do mês.
No Sudeste, a chuva acima da média vai alcançar áreas do sul e leste de São Paulo e de Minas Gerais, sul do Espírito Santo e boa parte do Rio de Janeiro. Por outro lado, em boa parte do Espírito Santo e de Minas Gerais e no norte de São Paulo, vai chover menos que o normal. A precipitação será dividida em dois episódios, um em cada quinzena. Mesmo nas áreas em que há previsão de chuva abaixo da média, como no norte de Minas Gerais, a precipitação irá acontecer, mas vai ficar concentrada apenas na primeira quinzena de abril.
Além da chuva, de uma forma geral, abril terá temperaturas dentro do normal no Sudeste com a entrada de pelo menos duas ondas de frio típicas da estação, ainda sem geadas. Minas Gerais terá temperatura mais baixa que a média, muito em função da diminuição da umidade relativa do ar, apresentando madrugadas mais frias.
No Centro-Oeste, com o enfraquecimento do fenômeno La Niña e a temperatura do Atlântico impedindo o avanço da chuva pela costa norte do Brasil, a precipitação vai diminuir muito sobre o Centro-Oeste, trazendo preocupações para muitos produtores. A previsão é de acumulado inferior ao normal em boa parte de Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e norte de Mato Grosso do Sul em abril. Somente o sul de Mato Grosso do Sul deverá receber mais chuva que o normal e parte da faixa oeste de Mato Grosso, pode ter volumes mais significativos.
“Mesmo nas áreas em que o desvio negativo é mais significativo, como o nordeste de Mato Grosso, há previsão de chuva até meados do dia 20 de abril. Já no sul de Mato Grosso do Sul, a chuva será frequente nos trinta dias de abril”, explica o Celso Oliveira, meteorologista da Somar.
A temperatura ficará mais elevada que o normal no Pantanal de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul. Em Goiás e Distrito Federal, a temperatura vai permanecer próxima da média histórica. Pelo menos duas ondas de frio vão avançar pelo Centro-Oeste, uma em cada quinzena, mas serão mais sentidas apenas em Mato Grosso do Sul.
No Nordeste, a temperatura do oceano Atlântico mais baixa que o normal impede a chuva forte sobre o Nordeste, apesar do La Niña ser um colaborador para que o contrário aconteça. A previsão é de precipitação inferior ao normal em toda a região em abril com desvios mais significativos na costa norte do Nordeste, área que a chuva costuma ser mais intensa na época do ano. A chuva será frequente, mas fraca sobre a costa norte do Nordeste. No sul da Bahia, há previsão de chuva mais regular. A chuva será frequente nos primeiros dez dias do mês, mas vai enfraquecer posteriormente.
No Norte, a temperatura do oceano Atlântico também traz chuva mais baixa que o normal, apesar do La Niña. A precipitação mais intensa vai ocorrer apenas sobre o norte da região, área que contempla o norte do Amazonas e do Pará e os estados do Amapá e de Roraima. Já entre o Tocantins e Acre, vai chover menos que o normal. No Amapá, por exemplo, a chuva será mais intensa nos 20 primeiros dias de abril. Isso também valerá para Tocantins, estado com previsão da menor quantidade de precipitação. Ou seja, mesmo nas áreas em que choverá menos, não há expectativa de corte da precipitação.
A temperatura permanecerá próxima da média histórica em boa parte da região, com exceção de Roraima e norte do Amazonas, que não costumam ter chuva forte nesta época do ano, mas terão maior nebulosidade, menor radiação solar e temperaturas mais baixas que o normal em 2021.